Limite foi para evitar que dinheiro de faixas subsidiadas acabassem antes do previsto

Maria Cristina Frias

O Ministério do Desenvolvimento Regional publicou, na semana passada, uma instrução normativa que acaba com o teto mensal para utilização do FGTS em financiamentos de moradia popular.

A limitação, instituída no fim de 2018, foi uma tentativa de evitar que o dinheiro destinado a faixas subsidiadas do Minha Casa, Minha Vida acabassem antes do previsto.

O setor de construção criticava a medida por entender que o limite era insuficiente para dar conta da demanda represada, segundo José Carlos Martins, presidente da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção).

“Quando há cota mensal e novos projetos, o dinheiro já acaba lá pelo dia 15”, diz ele.

“Se não é possível antecipar o montante dos próximos meses, a liberação dos recursos funciona como gota d’água em uma chapa quente.”

Também havia dúvida quanto aos critérios na contratação, afirma Rodrigo Luna, vice-presidente do Secovi-SP (sindicato da habitação).

“Quem seria prioritário com a cota mensal? É praticamente impossível fazer isso nos moldes atuais do programa”, afirma o executivo.

Uma das alternativas adotadas desde então para evitar que os recursos acabem precocemente foi a redução do limite de renda familiar para o Minha Casa, Minha Vida.

“Temos convicção que o ajuste no subsídio fará efeito, mas, por outro lado, sabemos que à medida que houver uma retomada da economia, o consumo de capital será mais rápido”, diz Luna.

Folha de S.Paulo