Limite foi para evitar que dinheiro de faixas subsidiadas acabassem antes do previsto
O Ministério do Desenvolvimento Regional publicou, na semana passada, uma instrução normativa que acaba com o teto mensal para utilização do FGTS em financiamentos de moradia popular.
A limitação, instituída no fim de 2018, foi uma tentativa de evitar que o dinheiro destinado a faixas subsidiadas do Minha Casa, Minha Vida acabassem antes do previsto.
O setor de construção criticava a medida por entender que o limite era insuficiente para dar conta da demanda represada, segundo José Carlos Martins, presidente da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção).
“Quando há cota mensal e novos projetos, o dinheiro já acaba lá pelo dia 15”, diz ele.
“Se não é possível antecipar o montante dos próximos meses, a liberação dos recursos funciona como gota d’água em uma chapa quente.”
Também havia dúvida quanto aos critérios na contratação, afirma Rodrigo Luna, vice-presidente do Secovi-SP (sindicato da habitação).
“Quem seria prioritário com a cota mensal? É praticamente impossível fazer isso nos moldes atuais do programa”, afirma o executivo.
Uma das alternativas adotadas desde então para evitar que os recursos acabem precocemente foi a redução do limite de renda familiar para o Minha Casa, Minha Vida.
“Temos convicção que o ajuste no subsídio fará efeito, mas, por outro lado, sabemos que à medida que houver uma retomada da economia, o consumo de capital será mais rápido”, diz Luna.
Folha de S.Paulo