Após se reunir com lideranças da Comissão Mista do Orçamento, o senador e relator-geral do orçamento, Marcelo Castro (MDB-PI), mudou o destino dos recursos que seriam utilizados para abastecer o orçamento secreto de 2023. Inicialmente anunciada para atender emendas de bancada e de comissão, a verba das extintas emendas de relator será utilizada em parte para emendas individuais e parte para emendas discricionárias.

Emendas parlamentares são uma parcela do orçamento público cuja destinação fica a cargo do poder legislativo. Uma de suas categorias, a emenda de relator, foi alvo de discussão na justiça por não haver critério objetivo e impessoal de distribuição, parte dos motivos pela qual passou a ser chamada de orçamento secreto. Na última sexta-feira (16), o Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu se tratar de um mecanismo inconstitucional, abrindo uma lacuna de R$ 19,4 bilhões sem destinação para o orçamento de 2023.

Na segunda-feira (19), Marcelo Castro anunciou em suas redes sociais que o dinheiro seria transferido para as emendas parlamentares de bancada (cujas bancadas estaduais decidem em conjunto a destinação) e de comissão (cuja utilização é definida pelas comissões da Câmara e do Senado). “Como relator, eu não posso ter a iniciativa de colocar onde quiser, somente onde já existiam emendas. (…) O único caminho que eu tinha era colocar nessas emendas, porque é onde existia espaço para colocar”, justificou o relator.

Nesta terça-feira (20), porém, os líderes da CMO decidiram que esse não seria o caminho mais apropriado. Metade vai para emendas individuais, categoria dividida igualmente entre todos os parlamentares, independentemente de partido ou estado. A outra metade vai para as emendas de indicador RP2, ou emendas discricionárias: categoria cuja destinação é definida pelo governo federal, a pedido de senadores e deputados.

As emendas do tipo RP2 eram frequentemente utilizadas pelas gestões anteriores ao governo de Jair Bolsonaro, e serviam como ferramenta de barganha dos presidentes. A partir de 2020, porém, surgiram as emendas de relator por meio de um projeto do próprio governo, que transferiu o poder de definir o destino desse recurso ao relator-geral do orçamento. Com isso, a palavra final passou a ser do presidente da Câmara dos Deputados. Com o retorno das emendas discricionárias com teto de R$ 9,7 bilhões, Lula (PT) assumirá a presidência em 2023 tendo de volta a capacidade dada como perdida de negociação.

AUTORIA

Lucas Neiva

LUCAS NEIVA Repórter. Jornalista formado pelo UniCeub, foi repórter da edição impressa do Jornal de Brasília, onde atuou na editoria de Cidades.

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