Maioria quer FGTS e 13º para poupar e pagar dívidas
Inflação e endividamento inibem consumo, mostra levantamento da economista Viviane Seda
Por Alessandra Saraiva, Valor — Rio
A inflação em alta e o já elevado endividamento das famílias têm diminuído impacto favorável, no consumo, de duas medidas anunciadas pelo governo para estimular a economia: saque de até R$ 1 mil do FGTS e antecipação de 13º salário para aposentados e pensionistas do INSS. A conclusão é da economista Viviane Seda, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que elaborou estudo sobre o tema.
No levantamento, divulgado com exclusividade para o Valor, com base na Sondagem do Consumidor da fundação, a pesquisadora apurou que 66,9% dos pesquisados, com direito a esses dois recursos, vão usar o dinheiro ou para quitar dívidas; ou para poupar. Menos de um quarto dos entrevistados afirmaram que irão consumir bens e serviços com os recursos.
Os preços mais altos estão inibindo um consumo maior das famílias com esses recursos e, ao mesmo tempo, a necessidade de quitar débitos acaba deslocando parte do dinheiro para diminuir volume de dívidas, diz Viviane.
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