Por Renan Truffi e Marcelo Ribeiro, Valor — Brasília

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), aproveitou a presença de Marcos Troyjo, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como "Banco dos Brics", na Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, nesta quinta-feira, para pedir "apoio" à retomada econômica do Brasil. Cotado como possível nome para uma terceira via nas eleições de 2022, Pacheco disse que o país precisa de ajuda para sair da crise e, por isso, tentou amenizar a crise institucional entre os três Poderes.

Pacheco foi até a sala da comissão e fez um discurso diante de Troyjo. "Eu quero dizer que temos que reconhecer que o Brasil precisa de apoio para uma saída da crise, para fazer a retomada econômica. A solução de problemas está na confiança. Temos nossos problemas, a crise política, a crise institucional, mas nós vamos conseguir fazer isso [resolver problemas]. É fato que nos últimos seis anos tivemos boas evoluções", disse.

Como parte de sua argumentação, ele afirmou que o Brasil é uma democracia jovem, que "comete erros", mas que não retrocederá na democracia. "A democracia do Brasil é muito jovem, não há dúvida. E, como em toda juventude, comete erros, mas não retrocederá; o Estado brasileiro é um estado de direito. Problemas que temos nas relações entre os poderes são problemas solucionáveis. Precisamos de união, a união nacional, o que não significa que não vá haver divergências", emendou.

Em seguida, ele procurou reiterar que as eleições presidenciais de 2022 acontecerão normalmente. "Não há dúvida alguma que as eleições acontecerão em 2022. É fundamental o respeito entre os Poderes, entre as instituições. A sociedade precisa ser respeitada e o povo precisa respeitar os representantes que elegeu. O calor do momento não leva ninguém a lugar nenhum, muito menos um país", afirmou.

Pacheco também fez uma analogia para explicar a importância do Banco dos Brics para o Brasil neste momento de crise. "Uma analogia que vem muito a calhar com esses investimentos que precisamos de bancos internacionais é o de um salão de dança. Quando você está num baile, num salão de dança, ninguém quer começar a dançar. Na economia a mesma coisa, precisamos de um primeiro casal, talvez este primeiro casal sejam os bancos internacionais", explicou.

Mais uma vez, o presidente do Senado fez referência ao ex-presidente da República Juscelino Kubitschek, referência para os políticos de Minas Gerais. "Juscelino Kubitschek se tivesse vivo, com certeza, estaria elaborando um plano de metas. Considero que uma vez formalizado esses empréstimos junto a organismos internacionais, o governo tem que dar vazão a isso, não pode represar", acrescentou.

Ele também aproveitou para falar da questão ambiental já que, nas próximas semanas, o Senado deve analisar questões referências à regularização fundiária e ao licenciamento ambiental. "Temos um grande compromisso com a questão ambiental. Podem ter certeza que o Parlamento brasileiro tem absoluta consciência da preservação do meio ambiente. Estamos trabalhando cotidianamente para estabelecer marcos de licenciamento, a regularização fundiária. Essa conciliação entre preservação e desenvolvimento é perfeitamente possível sem radicalismos", defendeu.

Por fim, ele citou uma série de reformas e projetos aprovados pelo Brasil nos últimos seis anos. "Depois de muitos anos, foi feita reformulação da lei trabalhista no Brasil. A Justiça do Trabalho não assimilou integralmente aquilo que foi feito em 2017, mas houve uma mudança de paradigma. Fizemos também a reforma previdenciária, ou seja, foram duas reformas que demonstram nossa responsabilidade com as conta públicas. Ainda fizemos o teto de gastos público, que demonstra, para quem quer investir no Brasil, que o país tem um protocolo fiscal sério. Isso tudo para demonstrar que o país está no rumo adequado", enfatizou.

"Fizemos o marco legal do sanemaneto, a autonomia do Banco Central, o que garante uma autonomia em relação a um governo de ocasião. Fizemos uma nova lei de licitações, um nova lei de recuperação judicial e falências. Teve uma série de marcos legias que demonstram uma evolução do Brasil. Temos compromisso de trabalho constante com as reformas para o bem. Vamos corrigir nossos erros e defeciências, mas temos esse compromisso", concluiu.

Conteúdo originalmente publicado pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico

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