Por Mariana Ribeiro e Lu Aiko Otta, Valor — Brasília

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse há pouco em reunião com representantes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) que está “perguntando gentilmente se quem goza de uma contribuição constitucional para treinar jovens gostaria de participar” do financiamento do Bônus de Inclusão Produtiva (BIP) e o Bônus de Incentivo à Qualificação (BIQ) em 2022. Ele quer a contribuição do sistema S para bancar o programa, conforme antecipou o Valor no último dia 17.

Neste ano, disse ele, o governo pagará todo o programa. No ano que vem, se possível, gostaria de contar com o apoio das entidades. Mas, se não for possível, não há problema, afirmou. No entanto, ele acredita que as entidades gostarão do programa e desejarão ajudar a mantê-lo.

“Está difícil, tem muita coisa pela frente, mas estamos nos comportando bem, tentando fazer a coisa certa", disse, no encerramento de sua participação. “Vamos atravessar as duas ondas”, afirmou, acrescentando que o Brasil já tem mais 600 milhões de doses de vacinas compradas. “Se tiver variante, mutação, vamos continuar; vamos desenvolver protocolos e retomar o crescimento.”

O novo programa de primeiro emprego de jovens não pagará encargos trabalhistas, disse o ministro.

O BIP e o BIQ vão pagar R$ 250,00 para 2 milhões de jovens. “Podemos dar R$ 250 ou R$ 300 para o jovem”, disse. “O jovem estará fazendo um treinamento no trabalho, não é um emprego”, explicou. As empresas pagarão outra bolsa de R$ 250 ou R$ 300, informou.

“Vai receber R$ 550 ou R$ 600 para ser treinado meio expediente”, disse. “Nesse sentido é que vamos pedir apoio do Sistema S, de todo mundo.” Também serão procuradas as empresas privadas.

“Não é emprego; pelo amor de Deus, senão já vem logo querer botar encargo trabalhista”, pediu. O programa serve para atender ao invisível, disse, para quem ninguém nunca olhou.

“Encargos sociais e trabalhistas são armas em destruição em massa de empregos”, repetiu. “Vamos ter que remover isso ali na frente, não deu para fazer agora, vamos fazer mais na frente.”