Com grande pesar, comunicamos o falecimento do companheiro JOSÉ ÁVIDO PACHECO, Presidente do Sindicato do Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Paranaguá e Diretor da FETRACONSAR, ocorrido na manhã deste sábado (11/06).

O amigo Pacheco, estava internado já há alguns dias após ter passado por procedimento cirúrgico que apresentou complicações e infelizmente não resistiu.

O Velório e sepultamentos será no município de Palmeira/PR, e em breve traremos mais informações sobre horários e local.

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JOSÉ ÁVIDO PACHECO

CONHEÇA UM POUCO DA SUA HISTÓRIA
Fonte: PC do B

O Pacheco do Sindicato como era apelidado, iniciou a sua trajetória no sindicalismo de Paranaguá nos idos de 1986. Nesta época, juntamente com os camaradas Luiz Félix da Silva, o Sapo, Fernando de Oliveira Filho, o Cavalo, Mário Eduardo Gomes, o Caverna, Azemil, e outros que vieram depois como Moises Barcelos Fernandes, o Patropi, eles passaram a defender a categoria dos trabalhadores da construção civil, montagens industriais e metalúrgicos na cidade de Paranaguá.

No início, foi uma luta dura, era um período de transição do final da ditadura militar para a restauração das liberdades democráticas que somente ocorreu com a promulgação da Constituição Federal de 1988.

O Ministério do Trabalho sob o comando do General Massa controlava com mão de ferro os sindicatos e cerceava as reivindicações e proibia manifestações dos trabalhadores. Neste contexto, o Pacheco e os companheiros de luta apoiavam os pleitos e as greves dos trabalhadores de Paranaguá que muitas vezes sequer tinham carteira assinada. A luta se estendia a todo o litoral, inclusive, na construção de plataformas marítimas na empresa Tenenge, em Pontal do Sul, onde também os operários eram superexplorados. Em Paranaguá e no litoral, os trabalhadores da construção não podiam contar com a sua representação sindical.  O Sindicato da Construção Civil que estava sob uma direção “pelega” e acomodada. O sindicato seguia uma linha contra o trabalhador.

Nesse quadro desastroso, depois de muita luta, o Pacheco e seu eterno companheiro Sapo se uniram e passaram a formar uma oposição à diretoria do Sindicato e conseguiram por meio do voto democrático dos trabalhadores da construção civil derrubar a diretoria pelega e dar nova vida ao Sindicato da Construção Civil de Paranaguá – SINTRACON.  

Nos idos da década de 90, Pacheco buscou juntamente com lideranças comunitárias as melhorias nas ruas, nas construções e no centro comunitário do bairro, ajudou a ativar e integrou a diretoria da Associação de Moradores do Jardim Samambaia. 

Os pais dos alunos que queriam melhores condições de educação para os seus filhos e também para os professores que deles cuidavam no Colégio Estadual Artur Ramos Miranda se reuniram e formaram a Associação de Pais e Mestres. E o Pacheco por ser um dos mais comprometidos foi convidado e fez parte da diretoria da APM.

Ainda nesse período foi designado para acompanhar na condição de Presidente do SINTRACON a criação do Conselho do Fundo de Reequipamento do Grupamento do Corpo de Bombeiros de Paranaguá – FUNREBOM.

Em Paranaguá, não havia fiscais do trabalho, neste período. O Pacheco junto com a diretoria do SINTRACON liderou uma luta em busca de fiscalização nas obras de construção e nas empresas de Paranaguá. Mais de 20 sindicatos estiveram presentes na sede da Visconde de Nacar e o Ministério do Trabalho foi obrigado a mandar fiscais para o litoral a fim de levantar as irregularidades.

E, em 2016, segundo suas palavras “na defesa dos trabalhadores da construção civil que são a categoria que mais precisa de uma defesa efetiva pelas péssimas condições de segurança no trabalho”, passou a integrar o Conselho Municipal do Trabalho de Paranaguá. 

Em 2019, foi convidado pelo atual prefeito municipal a fazer parte do Conselho do Urbanismo de Paranaguá, também na defesa dos trabalhadores da construção e montagem industrial.

Neste período, que esteve à frente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção, do Mobiliário e da Montagem Industrial de Paranaguá, o Pacheco do Sindicato enfrentou muitas desavenças com alguns péssimos patrões que insistiam na superexploração da classe operária.

Em alguns momentos, se deparou com trabalhadores em condições análogas a de escravos, trabalhadores sem receber os salários, sem carteira assinada, sem as condições mínimas de higiene, sem local para comer, sem água potável, sem um local para fazer suas refeições, sem banheiros. Alguns até trabalhando doentes ou abandonados pelo patrão no litoral sem salário e sem condições de voltar para seus locais de origem”.

Durante a sua vida sindical, o Pacheco fez essas denúncias ao Ministério Público do Trabalho levando esses maus patrões às barras dos tribunais da Justiça do Trabalho.

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Com informações do PCdoB

https://pr.pcdob.org.br/2020/04/23/conheca-o-sindicalista-jose-avido-pacheco-o-pacheco-do-sindicato-pre-candidato-a-vice-prefeito-de-paranagua/