Eleição ao Senado vai renovar as cadeiras de Gleisi Hoffmann e Roberto Requião

No dia 7 de outubro, os paranaenses renovarão duas das três cadeiras do estado no Senado − serão eleitos novos ocupantes para as vagas de Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (MDB). Nas idas e vindas das costuras pré-eleitorais, alguns nomes desistiram da disputa. Veja o cenário definitivo, ao final das convenções partidárias.

Veja quem são os candidatos ao Senado pelo Paraná em 2018

Candidatos ao Senado pelo Paraná

Alex Canziani

Deputado federal, PTB

Vereador e vice-prefeito de Londrina na década de 1990, está na Câmara Federal desde 1999 de forma ininterrupta. Costuma se eleger com o mote de “deputado da educação”, tendo sido, por exemplo, relator da lei que criou os institutos federais no país e criador da Frente Parlamentar da Educação no Congresso. No entanto, para se eleger senador numa briga com Richa e Requião, será preciso mais do que isso. Além de não ser de um dos grandes partidos, terá de enfrentar o desconhecimento do nome dele pela quase totalidade dos eleitores do estado.

Beto Richa

Ex-governador, PSDB

Após manter suspense por meses se renunciaria ao mandato de governador para disputar o Senado, Richa optou por não interromper a própria trajetória política abruptamente depois de 23 anos. Também pesou na decisão de ser candidato fortalecer o projeto nacional do PSDB e permitir que o filho concorra a deputado estadual. Além do recall de nome mais importante da política estadual nos últimos sete anos e da “facilidade” de haver duas cadeiras em jogo, o tucano contará com uma ampla estrutura de aliados espalhada por todo o estado, que foi construída no cargo de governador. Por outro lado, terá de lidar com as críticas pelas medidas impopulares que tomou à frente do Palácio Iguaçu, como aumento de impostos e arrocho aos servidores, e também pelos diversos escândalos de corrupção.

Delegado Francischini

Deputado federal, PSL

Delegado da Polícia Federal, exerce o segundo mandato consecutivo de deputado federal. Ganhou notoriedade – para o bem e para o mal – com o episódio que ficou conhecido como Batalha do Centro Cívico. No confronto entre policiais e servidores em 29 de abril de 2015, quando 213 pessoas saíram feridas, ele era o secretário de Segurança. Recentemente, inclusive, disse que faria tudo outra vez. Aposta num discurso de direita em um estado tradicionalmente avesso ao PT e, também, na candidatura presidencial de Jair Bolsonaro, da qual é coordenador. Mas ser pouco conhecido e de um partido nanico serão obstáculos pesados numa inédita eleição majoritária para ele.

Flávio Arns

Ex-senador, Rede

Sobrinho de Zilda Arns, sempre militou na promoção social e na luta por direitos das pessoas com deficiência. Já foi deputado federal, senador, vice-governador e secretário de Estado – atualmente está sem mandato. Numa carreira política curiosa, já esteve no PSDB e no PT e, como completo azarão, elegeu-se senador em 2002, derrotando o ex-governador Paulo Pimentel. Numa eleição tão dividida como se avizinha, espera mais uma vez correr por fora.

Jacqueline Parmigiani

Servidora pública estadual, PSol

Nascida na cidade de São Paulo, é antropóloga formada pela USP e professora do curso de Ciências Sociais da Unioeste. Enquanto universitária, participou de movimentos estudantis e, já como professora, passou a defender causas sociais, em particular a luta pelos indígenas. Considera-se feminista, socialista e defensora das minorias. Na única eleição que disputou, para prefeita de Toledo em 2016, ficou em último lugar, com apenas 891 votos (1,19% dos válidos).

Luiz Adão

Presidente do partido no Paraná, DC

Natural de Caçador, no interior de Santa Catarina, vive no Paraná desde os dez anos de idade. Já disputou diversas campanhas políticas: vereador, vice-prefeito, deputado federal, deputado estadual e governador. Jamais foi eleito.

Mirian Gonçalves

Ex-vice-prefeita de Curitiba, PT

Natural de Tupi Paulista, no interior de São Paulo, lutou pela democratização do país junto aos movimentos populares durante o regime militar e participou da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Como advogada, atua há vários anos na defesa do direito dos trabalhadores e na luta pelos direitos humanos. Aprofundou sua formação acadêmica e especializou-se em Direitos Humanos em Huelva, na Espanha, e adquiriu o título de mestre em Direitos das Relações Sociais na UFPR. O único cargo eletivo que ocupou foi o de vice-prefeita de Curitiba entre 2013 e 2016, na gestão Gustavo Fruet (PDT).

Professor Oriovisto

Empresário, Podemos

É um dos fundadores do Curso Positivo em 1972, que fez história entre os pré-vestibulares de Curitiba. Desde então, o empreendimento se desdobrou em um conglomerado que atualmente possuiu gráfica, editora de materiais didáticos, universidade e fabricante de celulares e equipamentos de informática, entre outras iniciativas. É ex-presidente do Grupo Positivo e ex-reitor da Universidade Positivo. Quando jovem, participou de movimentos estudantis que combatiam a ditadura militar (1964-1985). Apesar de ter sido filiado ao PSDB por mais de dez anos, nunca havia disputado uma eleição ou ocupado cargo público.

Renan da Mata

Secretário-geral do partido no Paraná, PSC

Nascido no interior da Bahia, entrou na política há cerca de 20 anos para ajudar um pastor evangélico. Filiou-se ao PSC, no qual está até hoje. Começou a vida partidária como assessor de vereadores e, há anos, é ligado ao deputado federal paranaense Hidekazu Takayama, de quem foi funcionário na Câmara.

Roberto Requião

Senador, MDB

Está na vida pública desde 1983, sempre no MDB. Foi deputado estadual, prefeito de Curitiba, senador duas vezes e governador outras três. Político ácido e de posturas polêmicas, tem sido um dos maiores defensores do ex-presidente Lula, assim como foi da ex-presidente Dilma Rousseff. Nesta eleição, deve capitalizar a imagem de anti-Richa e ter como trunfo o apoio de boa parte do funcionalismo público estadual, que sofreu com medidas tomadas na gestão do tucano e soma um contingente de centenas de milhares de eleitores.

Rodrigo Reis

Membro da Executiva Estadual do partido, PRTB

Natural de Curitiba, é filho da vereadora Julieta Reis (DEM). Durante anos, participou de programas de rádio e tevê voltados aos direitos do cidadão e ao atendimento jurídico a pessoas mais pobres. Entrou na vida político-partidária há cerca de um ano, depois de ajudar na coordenação de um dos diversos grupos a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Disputou uma única eleição, para deputado estadual, há mais de 30 anos e não teve sucesso.

Rodrigo Tomazini

Servidor público estadual, PSol

Natural de Botucatu, no interior de São Paulo, cursou a faculdade de Ciências Biológicas em Cascavel, no Oeste paranaense. Lá ingressou no movimento estudantil e, consequentemente, iniciou sua militância política. Desde 2006, é militante sindical e agente educacional do Colégio Estadual do Paraná, em Curitiba. Já disputou duas eleições, mas pelo PSTU: para deputado estadual em 2010 e para governador em 2014.

Zé Boni

Ex-vereador de Santa Cruz de Monte Castelo, PRTB

É filiado ao nanico PRTB – também já foi do DEM e do PSL. Foi eleito vereador em Santa Cruz de Monte Castelo, no Noroeste do Paraná, aos 18 anos, em 1996. Exerceu quatro mandatos consecutivos na Câmara da cidade, onde o irmão é o atual prefeito. No governo Beto Richa (PSDB), atuou na Cohapar e na Casa Civil. O último cargo público que ocupou foi na Corregedoria da Assembleia Legislativa, com salário de R$ 14,3 mil.
 VER TODOS OS CANDIDATOS

Fonte: Gazeta do Povo, 6 de agosto de 2018.