O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tendo por base os dados da Pnad Contínua, publicou nesta última quinta-feira (29/03) o resultado do emprego no país. 

Foram 13,1 milhões de pessoas desocupadas ao longo do trimestre dezembro, janeiro e fevereiro, o que representa uma taxa de desemprego de 12,6%. 

Já, uma análise da evolução do emprego com carteira assinada em Londrina mostra que a cidade perdeu quase 13.000 postos de trabalho entre 2015 e 2017. 

                    

A Pnad Continua 

O IBGE realiza mensalmente esta Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD Contínua), tendo como um dos objetivos produzir informações contínuas sobre a inserção da população no mercado de trabalho, levando em conta características particulares como nível de educação e demografia. 

              

A taxa de desemprego 

No cálculo da taxa de desemprego, a PNAD Contínua toma como referência a Força de Trabalho que é composta pelas pessoas com idade igual ou superior a 14 anos, que são classificadas como ocupados ou desocupados. 

Este contingente, no trimestre dezembro a fevereiro, divulgado pelo IBGE totalizou 104,2 milhões de pessoas, sendo que 91,1 milhões estavam na condição de ocupados. 

                

Com carteira assinada 

Daquelas pessoas consideradas ocupadas, 33,1 milhões eram de trabalhadores com carteira assinada, ou seja, do total de pessoas que compõe a força de trabalho no Brasil, tão somente 32% tem registro em carteira. 

                  

E em Londrina 

O pesquisador do Núcleo de Pesquisas Econômicas aplicadas (NuPEA) da UTFPR e graduando em Engenharia de Produção da UTFPR, Matheus Moraes Mota, fez um levantamento utilizando os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostram como Londrina evidencia a crise por que passamos. 

           

O auge do emprego em Londrina 

O mês de março de 2015 foi aquele que apresentou o maior contingente de trabalhadores com carteira assinada. Foram 163.172 trabalhadores nesta condição. 

                  

3 anos de crescimento continuo 

Esse número foi resultado de um crescimento médio mensal de 279 empregos desde 2012.Taxa média de 0,17% ao mês. 

                        

Uma queda vertiginosa 

A partir de abril de 2015 os números entram em curva descendente com o mercado desempregando uma média de 390 trabalhadores por mês. 

             

Dezembro negro 

O mês com maior número de demissões foi dezembro de 2015, quando deixaram de existir, de uma única tacada, 2.891 postos com carteira assinada. 

            

O total das perdas 

No intervalo de 33 meses, entre o maior e o menor número de trabalhadores com carteira assinada, foram fechados 12.872 postos de trabalho, o equivalente a 8,6% do atual contingente de empregados com carteira assinada. 

                     

Para voltar ao patamar de 2015 

Iniciamos a recuperação do emprego formal neste ano. A média deste bimestre foi um saldo positivo de 121 empregos com carteira assinada. 

              
O retrato de uma crise 

Em continuando neste ritmo, somente daqui a mais 8 anos, em outubro de 2026, teremos o mesmo número de trabalhadores formalizados que tivemos no auge do emprego em Londrina, em março de 2015. 
Temos um longo caminho a percorrer. 

                
Marcos J. G. Rambalducci - Economista, é Professor na UTFPR. 

            

Fonte: Folha de Londrina, 02 de abril de 2018