Peças substituem os blocos convencionais com vantagens que vão do maior conforto térmico e acústico à redução das emissões de gases poluentes



A sustentabilidade das construções e a redução dos prejuízos ambientais decorrentes da construção civil são temas que ganham cada vez mais destaque. Para responder à demanda crescente de construtores e proprietários, empresas e pesquisadores se dedicam ao desenvolvimento de tecnologias que apresentam uma nova proposta para as matérias-primas da construção civil.


Para substituir os tradicionais blocos de concreto, por exemplo, soluções que utilizam pneus velhos, plásticos e até microorganismos naturais estão entre as inovações apresentadas pelos pesquisadores para obras estruturais ou de vedação dos ambientes. Conheça estes e outros tipos de tijolos ecológicos.


Resíduos plásticos


Foto:reprodução


Já pensou em construir e ainda ajudar a reduzir a poluição dos oceanos? É o que propõe o bloco de construção Replast. Desenvolvido pela startup americana ByFusion, as peças são produzidas com o lixo plástico retirado dos oceanos e não usam colas ou outros tipos de adesivos. O processo de produção do bloco ainda emite 95% menos gases poluentes do que o convencional. O resultado é um tijolo colorido e sustentável.


Escombros de guerra


Fonte:reprodução


Um tijolo feito a partir dos escombros das construções destruídas pelas guerras em Gaza foi a solução encontrada por duas engenheiras locais para que os moradores pudessem reconstruir suas casas. Depois de meses de pesquisas e testes, Majd Mashharawi e Rawan Abddllaht substituíram o cimento e a areia dos blocos convencionais por cinzas de carvão e escombros de concreto na produção do GreenCake, como foi batizado o tijolo, que é mais leve e barato do que o tradicional.


Pneus reciclados


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Feito a partir de pneus triturados, o tijolo ecológico desenvolvido pelo empresário Inácio José O. Neto é mais leve do que o tradicional e pode ser usado tanto para fins estruturais quanto de vedação, de acordo com a quantidade de borracha utilizada na fórmula. Outras vantagens do bloco referem-se ao conforto térmico e acústico que ele proporciona aos ambientes e ao fato de as peças não serem inflamáveis.


Cinzas de caldeiras


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Composto por 70% de cinza de caldeiras, que são misturados ao hidróxido de sódio, cal e argila, o Eco Blac é outra opção sustentável para a construção civil. Além de utilizar o resíduo oriundo da queima das caldeiras, as peças podem ser curadas à temperatura ambiente, ao contrário do que ocorre com os tijolos tradicionais. A cura destes consome grande quantidade de combustível e emite gases nocivos ao meio ambiente.


Resíduos da obra


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Reaproveitar o material oriundo das escavações e dos resíduos da obra na fabricação de blocos é a proposta da empresa americana Watershed Materials. A partir de uma fábrica pop-up instalada no local da obra, tais materiais são transformados nos blocos, que podem ser utilizados diretamente na construção. Além de dar conta dos resíduos, a tecnologia ainda elimina a necessidade de transporte do material de construção.


Microorganismos


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Um tijolo fabricado com microorganismos naturais e processos químicos. Esta é a tecnologia desenvolvida pela BioMason, que produz materiais de construção a partir dos chamados cimentos biológicos. A resistência dos blocos é similar à da alvenaria tradicional e eles também são curados à temperatura ambiente, sem a necessidade de queima, o que gera economia nos custos de energia e a redução das emissões de carbono em sua fabricação.




Fonte: Gazeta do Povo / SustentAqui, 10 de maio de 2017.