Terminei de ler o agradável livro “O Quinto Movimento - Propostas para uma construção inacabada”, de Aldo Rebelo. Rebelo, ex-ministro de várias pastas de Lula e Dilma, ex-presidente da Câmara dos Deputados, é veterano das causas nacionais e transita pelos meandros nublados da história do Brasil. Busca localizar em nossas origens e trajetórias os ingredientes que compuseram a formação deste País ímpar.

Apolinário Rebelo*

apolinario rebeloHá de tudo um pouco no livro. Sociologia, filosofia, economia, geografia, geopolítica, ciência política e, sobretudo, história local, regional, continental e mundial. Posiciona o Brasil em nossos conflitos internos e externos, ao mesmo tempo em que analisa, sob a ótica de princípios e valores, os principais momentos dos últimos 520 anos de construção do Brasil.

Produto dessa complexa formação que é o Brasil, Rebelo resgata nas memórias dele a própria trajetória de caboclo interiorano, nordestino e brasileiro. Puxa da infância dele a percepção inicial do gigantismo nacional e dos desafios que abraça.

Rebelo não apresenta plataforma específica, temática, operacional ou conjunto de pontos a serem executados para o desenvolvimento nacional. Embora ensaie reflexões mais objetivas sobre defesa nacional, ciência, tecnologia e inovação, apresenta misto de análise sociológica recheada com os principais ingredientes que compreende visão geral do necessário para a reconstrução nacional ou a “construção inacabada”.

Rebelo é o primeiro personagem político a colocar na atualidade questões relevantes do interesse nacional e encadeá-las de forma organizada num conjunto de orientações e preocupações gerais para a construção da nacionalidade, do desenvolvimento nacional, da afirmação da soberania e da integração do Brasil de forma altiva no cenário regional e mundial.

Alinha 7 elementos para a formação do projeto nacional. Destaca a necessidade do crescimento econômico e da reindustrialização do País, realça o papel fundamental da agricultura, pecuária e agroindústria, ergue em novo patamar as preocupações com o desenvolvimento e a defesa da Amazônia, reposiciona o papel das forças armadas como instituição fundamental na solução dos conflitos nacionais e da defesa da soberania nacional. Chama a atenção para a necessidade de investimentos e de desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação como forças propulsoras do “quinto movimento”. E renova a convicção dele no papel da educação e da democracia como elementos fundamentais para essa nova fase do Brasil.

aldo rebelo capa livro1Mas, antes de programa, “O Quinto Movimento” é chamamento ao projeto de reconstrução nacional expresso na formulação de “quinto movimento” que teria como eixo norteador “a centralidade da questão nacional” complementar a formação da base física, a conquista da independência e unidade territorial e, a conquista da república e da industrialização do País.

Avesso ao sectarismo e às formulações simplistas, Rebelo confronta de forma contundente os componentes da guerra híbrida contra o Brasil produzida nos principais centros econômicos e do poder mundial para minar as bases nacionais, a identidade, a história e a coesão brasileiras.

Denuncia e polemiza o papel deletério de movimentos e organizações que, sob a bandeira de causas nobres e defensáveis, manobram em bastidores para solapar a unidade nacional e pulverizar as bases da unidade do País. Nesse sentido, chama a atenção para o identitarismo e os ambientalismo de negócios como elementos dispersantes e desconstituintes da identidade nacional.

Pensa no reposicionamento do Brasil no mundo, após os seguidos fiascos e desastres do atual governo brasileiro. Pela história e importância que o Brasil possui, ele acredita que o País, por estar “entre as 10 maiores economias, o 5º maior território e a maior potência militar do subcontinente sul-americano”, deve procurar novo protagonismo no cenário mundial resgatando a participação do País quase sempre decisiva na solução dos conflitos mundiais, sem nunca ter se furtado ao bom combate em prol da democracia e da paz mundial.

No livro, Rebelo recupera e posiciona a formação social brasileira. Aborda as desigualdades sociais e regionais, realça e destaca o papel dos índios, dos negros, dos brancos, das mulheres e dos militares de diversas origens étnicas e sociais. Faz o reconhecimento de brasileiros na música e na literatura com visões e ações que nesse amplo espectro ajudaram a forjar o Brasil dos nossos dias.

Eleva o futebol ao papel de um dos construtores da identidade e da mobilidade social do País.

Por fim, o texto é uma ode ao Brasil e a quem tem esperança. É um chamamento a quem perdeu parte dessa, mas, sobretudo, uma profecia e convicção e fé de que o Brasil tem destino e tem futuro e que esse destino e futuro estão ainda para serem descortinados desde já.

(*) Jornalista. É doutorando em Business Administration, pela Flórida C. University.

Diap

https://diap.org.br/index.php/noticias/artigos/90640-um-manifesto-de-esperanca-e-de-amor-pelo-brasil


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