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Produção industrial no Paraná acumula maior queda do País

De janeiro a novembro de 2014, índice caiu 6,2%; faturamento também recua

 

A produção industrial no Paraná acumulou o maior recuo do País de janeiro a novembro de 2014, revela a Pesquisa Industrial Mensal, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda de 6,2% ficou bem acima da média nacional de -3,2% no período. Na comparação com novembro de 2013, a redução foi de 8% no Estado e de 5,8% no País. Já em relação a outubro, o Paraná apresentou elevação de 0,9%. 


Sete dos 13 setores avaliados produziram menos de janeiro a novembro no Estado, sendo o principal impacto negativo do ramo de veículos automotores, com queda de 21,1% - influenciado pela menor produção de veículos, caminhões e motores. Também houve recuo na produção de máquinas e equipamentos (-11,5%), móveis (-7,8%) e produtos alimentícios (-5,9%). As contribuições positivas vieram de bebidas (4,3%), produtos de madeira (3,1%) e derivados do petróleo e biocombustíveis (1%). 

O economista da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Roberto Zurcher, diz que o faturamento do setor acompanha a tendência de queda. Segundo dados da entidade, houve recuo de 9,5% nas vendas da indústria paranaense em novembro, em relação ao mesmo mês de 2013. Dos 18 setores pesquisados, 13 tiveram variação negativa, com destaque para alimentos e bebidas (-17,58%) e refino de petróleo e produção de álcool (-10,93%). No acumulado do ano, a retração ficou em 6,71%. 

"As quedas na produção e comercialização fizeram a indústria do Paraná retornar a níveis de três anos atrás", declara Zurcher, que não vê perspectiva, a curto prazo, de retomada do ritmo de 2013, ano em que o setor bateu recordes de produção e vendas. Como um dos principais causadores da retração de 2014, o economista aponta o desempenho fraco da indústria automotiva. 

"O setor automotivo teve redução da demanda interna e também queda das exportações para a Argentina; no setor alimentício o cenário é muito parecido: as maiores quedas se deram em função das baixas exportações para o País vizinho", explica. Zurcher aponta, ainda, menor produção de petróleo e álcool, em virtude, entre outros problemas, da queda dos preços no mercado internacional. 

"Como esses três setores não tiveram um ano bom, a indústria sentiu. Dos 18 setores pesquisados (pela Fiep), 13 estão com resultado negativo", revela. Zucher estima que quaisquer medidas implementadas pelo governo federal visando a retomada da produção industrial demore entre seis e nove meses para surtir efeito. Para o economista, o País carece de uma política governamental focada no crescimento sustentável da indústria. 

"Falta planejamento econômico do País e, dentro desse planejamento de longo prazo, contemplar o que o Brasil vai produzir para o mundo; esse é o maior obstáculo", diz. 

O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e Material Elétrico de Londrina (Sindimetal), Valter Orsi, vê a situação do Paraná como reflexo da desindustrialização do País. 

"No Paraná, a indústria automobilística é bem representativa na conta geral, mas isso (queda geral na produção) é um quadro nacional que vem se consolidando. A gente vê as lideranças brasileiras sempre alertando o governo sobre a necessidade de medidas para conter a desindustrialização e a gente observa que, ao longo dos meses, pouco ou nada foi feito", declara. 



 

 

 

Fonte: Folha de Londrina, 14 de janeiro de 2015

 

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