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Médicos ‘estrangeiros’ chegam ao Paraná

Após três semanas de treinamento intensivo, os profissionais com diplomas do exterior participantes do programa federal Mais Médicos começaram ontem a ter contato com os serviços de saúde das cidades onde vão trabalhar. No Paraná, 28 médicos participaram da primeira fase do programa e amanhã devem ir para os municípios que escolheram. Eles se reuniram ontem, em Curitiba, com os representantes das secretarias municipais de Saúde para terem contato com as particularidades de cada região. 


A previsão é de que a partir do dia 22 estes profissionais iniciem suas atividades. Todos os médicos chegaram ao Brasil no último final de semana de agosto e passaram pelas semanas de avaliação em oito capitais até o dia 13. Entre os médicos que vão trabalhar no Estado, 14 são brasileiros formados no exterior e 14 são estrangeiros vindos da Argentina, Portugal, Itália, Espanha, Venezuela, México, Estados Unidos e Egito. Outros dois, com diplomas do exterior, estavam previstos para virem ao Paraná, entretanto foram deslocados para Santa Catarina. Com isso, as cidades de Almirante Tamandaré e Cambé não vão receber profissionais nesta primeira fase. 


Os demais 28 serão encaminhados para Curitiba (3), Pinhais (3), Arapongas (3), Araucária (2), Guaíra (2), São Miguel do Iguaçu (2), Colombo (2), Londrina (1), Lapa (1), Campo Largo (1), Capanema (1), Contenda (1), Iguaraçu (1), Mandaguari (1), Marialva (1), Piraquara (1), Sarandi (1) e Guarapuava (1). 

Conforme previsto na Medida Provisória (MP) que criou o Mais Médicos, os estrangeiros e formados no exterior selecionados trabalharão por três anos, com registro provisório. 

Adaptação
Aline Moraes de Almeida, de 32 anos, se formou em 2007 na Universidade Aberta Interamericana (UAI) em Buenos Aires e, como já conhece a região, optou por Londrina. Natural de Assis (SP), ela disse que, apesar de todos os problemas de saúde do Brasil, esta é uma iniciativa importante porque a atenção primária é a base de toda a estrutura do sistema. "As comunidades carentes terão um acesso maior ao atendimento. Nós viemos para somar forças." 

Emanoel Lucas da Silva Teixeira, de 29, da cidade de Jales (SP), é graduado na Universidade Aberta Interamericana (UAI) em Rosario, também na Argentina. Ele afirmou que já tinha planos de retornar ao Brasil e que inclusive vai fazer o revalida no próximo ano. "Não vou deixar de fazer a prova, só vi uma oportunidade de trabalhar na saúde básica que é o que eu quero fazer", explicou. Ele selecionou o município de Capanema, no Sudoeste, que faz fronteira com o país vizinho. A família da esposa também mora na cidade. 

O egipcío Mohamed Ali Gad Nosseir, de 35, se formou na Universidade do Cairo em 2002 e, desde então trabalhou com saúde primária em seu país. Ele já morou por seis meses em Curitiba e sua principal dificuldade na adaptação é a língua. "Inclusive tenho uma amiga que é professora e tem me ajudado muito. Espero conseguir desempenhar o mesmo trabalho que fiz por todo esse tempo lá no Egito. É uma grande oportunidade", ressaltou. 

Autoridades
Conforme Antônio Carlos Nardi, presidente do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conams) e secretário de Saúde de Maringá, o programa supre uma necessidade antiga de profissionais em todos as cidades. 

Cada médico será lotado em uma equipe de atenção básica e contará com o acompanhamento de supervisores. Segundo o secretário de Saúde de Londrina, Francisco Eugênio de Souza, o desempenho de todos os profissionais oriundos do Mais Médicos serão avaliados. A cidade também recebeu quatro profissionais com diplomas do Brasil. "O programa é uma das saídas para resolver o problema, mas não podemos negar que é polêmico. Entretanto, como pertencemos ao SUS dependemos destas iniciativas." 

 


Fonte: Folha de Londrina, 17 de setembro de 2013

 


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