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Sindicatos querem fatia da desoneração na folha

Sindicatos de trabalhadores vão usar os benefícios da desoneração da folha de pagamentos, que começa a valer no mês que vem, como munição para buscar a ampliação dos ganhos reais nas negociações salariais do segundo semestre. Além da contrapartida de manutenção ou ampliação do emprego, os sindicalistas acreditam que a medida pode permitir aumentos mais generosos nos salários, já que o custo de produção das empresas tende a ser menor e o lucro, maior.

Anunciada em abril, dentro do pacote de medidas do governo para aumentar a competitividade do produto brasileiro, a desoneração beneficia empresas de 15 setores intensivos em mão de obra, como plásticos, autopeças, têxtil e confecções. Elas deixarão de pagar contribuição previdenciária de 20% sobre a folha de salários, que passará a ser de 1% a 2,5% do faturamento.

A mudança vai representar redução de R$ 7,2 bilhões por ano no desembolso global das empresas incluídas no programa, estima o governo. Para 2012, a economia será de R$ 4,9 bilhões.

"Queremos um pedacinho desse bolo", diz Sérgio Luís Leite, presidente da Federação dos Químicos e Farmacêuticos do Estado de São Paulo. Ele fala em nome de 60 mil trabalhadores do setor do plástico, que têm data-base para reajuste salarial em julho e novembro.

A contribuição da indústria do material plástico para a Previdência Social foi de R$ 988,7 milhões em 2009, de acordo com o Departamento Intersindical de Estudo e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), Se a contribuição fosse de 1% sobre o faturamento, o montante seria bem menor, de R$ 438,9 milhões. Ou seja, as empresas teriam deixado de pagar o equivalente a R$ 549,8 milhões.

Aplicando-se o mesmo cálculo para os anos de 2007 e 2008, nota-se que a economia só aumentaria a cada ano: R$ 483,7 e R$ 545,5 milhões, pela ordem.

Os empresários alegam, no entanto, que a concorrência com os produtos estrangeiros está acirrada, em meio à crise financeira mundial. A desoneração, segundo eles, serve apenas para melhorar a competitividade das empresas nacionais e evitar demissões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo .

Fonte: Estadão, 10 de junho de 2012 

 

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