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Tem mais mulher na Engenharia

Presença feminina em curso considerado masculino cresce e ganha destaque em empresas e obras espalhadas por todo País

 

Mulheres no Curso de Engenharia é um reflexo da sociedade, onde elas ganham cada vez mais espaço

 

 

O boom da construção civil ocorrido nos últimos anos tem mudado a cara dos cursos de Engenharia Civil pela cidade. Antes dominadas por homens, as salas de aulas estão ganhando cada vez mais a presença feminina. Os números nas universidades e faculdades que dispõem do curso comprovam essa tendência. 

No Centro Universitário Filadélfia (Unifil), as turmas de Engenharia Civil apresentam um total de 15% de mulheres. Já na Universidade Estadual de Londrina este número chega a 25%. Na Faculdade Pitágoras, 20% dos futuros engenheiros são mulheres. Em outras épocas, a maior parte dessas vagas estava reservada aos homens. 

O professor Paulo Adeildo Lopes, coondenador de Engenharia Civil da Unifil, destaca que as alunas mostram-se tão competentes quanto o sexo oposto e até mesmo se diferenciam no capricho dos trabalhos e tarefas. O aumento na procura pelo curso de Engenharia se deve, segundo Lopes, ao número cada vez mais de mulheres ocupando cargos de relevância. ''O curso de Engenharia é um reflexo da sociedade, onde as mulheres têm ganho cada vez mais espaço e relevância no mercado de trabalho'', defende. 

O coordenador enfatiza que a engenharia exige de seus profissionais organização, disciplina, capacidade de decidir tecnicamente e espírito empreendedor. Ele também garante que é um erro pensar que a função exige força física. ''Não é preciso força bruta no dia a dia e sim capacidade intelectual para liderar a equipe. Me parece que as mulheres preenchem todos os pré-requisitos para exercer a função'', aponta. 

Na Universidade Estadual de Londrina (UEL) o crescimento tem se avolumado recentemente, conforme o coordenador de colegiado de Engenharia Civil, Luiz Antonio Soares de Souza. ''Se percebe que com pequenas variações os dados indicam um ligeiro crescimento'', observa. 

As cinco turmas do curso na UEL totalizam 369 alunos dos quais 99 são mulheres, um total de 25% do universo de alunos. O aumento da presença feminina na UEL fica ainda mais aparente na turma do terceiro ano, onde de 84 alunos, 34 são mulheres, cerca de 40% do total. Para Souza, um dos motivos da procura seria o bom salário inicial. 

''O engenheiro assume um papel mais de coordenador de obra e não precisa pegar no pesado. Isso, somado a uma média de seis salários já no início da profissão, ajuda a atrair interessadas'', afirma Souza. Outro motivo que ele acredita ter atraído mulheres à área, está no deficit profissional que a construção civil tem apresentado nos últimos anos devido ao crescimento do setor. 

O coordenador adjunto da Faculdade Pitágoras, Milton Borg, diz que as mulheres vêm conquistando espaço em várias áreas do mercado de trabalho. Segundo o professor, elas costumam ser mais cuidadosas e detalhistas e isso tem feito a diferença. ''O cuidado das mulheres na hora de formular um projeto e principalmente no acabamento de um apartamento já está chamando a atenção das construtoras'', avalia. 

Na Pitágoras, dos 700 alunos do curso, 20% são mulheres. De acordo com ele as coisas mudaram muito nos últimos 30 anos. ''Antigamente uma engenheira não podia ir ao canteiro de obras sem a companhia de um homem. Hoje são tantas mulheres trabalhando ali que isso já não é necessário'', diz Borg. ''Percebe-se que aumentou o número de mulheres principalmente nas últimas duas turmas do curso'', revela.

 

 

Fonte: Folha de Londrina, 24 de setembro de 2012

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