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Classe C lidera intenção de compra e reforma de imóveis

Pesquisa revela que 11,1 milhões de famílias deste estrato planejam adquirir casa até 2014; 14,2 milhões pretendem reformar em 12 meses

 

Reformar ou adquirir um imóvel tornou-se um sonho próximo de muitos que não tinham condições de incluir esse tipo de investimento no orçamento. Hoje, a nova classe média é a maioria (57,8%) entre os brasileiros que pretendem reformar o imóvel nos próximos 12 meses. Já entre os que têm interesse em comprar uma casa ou apartamento em dois anos, o número fica em 57,6%, o que corresponde a 11,1 milhões de famílias. É o que indica a pesquisa ''Reformas e Aquisições de Imóveis'', do Data Popular, realizada com 18.365 pessoas em todos os estados brasileiros. 



Entre as outras classes, 3,4 milhões de famílias da alta renda têm interesse em reformar, em 12 meses, e na baixa renda são 6,9 milhões. Quando o assunto é a intenção de compra de imóveis nos próximos dois anos, 2,9 milhões de famílias são da alta renda e 5,2 milhões do estrato mais baixo. 



Segundo o diretor do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PR), Nilton Capucho, o crescimento já era esperado. ''Com a melhora da renda, a classe média passou a ter acesso a um padrão superior de construção e começou a investir na aquisição de materiais para reformas ou ampliações'', diz. ''Isso também é resultado do incentivo governamental oferecido por meio de programas que possibilitam financiamento de materiais para pequenas reformas'', reitera. Ele completa que o Crea realiza vários cursos de qualificação profissional, com entidades de classe, tendo em vista a demanda deste público que ficou mais exigente. 



Para Marcelo Curado, professor de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), essas mudanças estão ligadas ao aquecimento do mercado imobiliário. Além disso, também refletem que havia demanda reprimida muito forte de uma classe social que passa a ter acesso a novas possibilidades devido ao crescimento da renda e do acesso ao crédito. 



O Depósito São Marcos, de Londrina, por exemplo, já começou a sentir os efeitos positivos da ascensão desta nova classe. Nos primeiros três meses do ano, a loja registrou acréscimo de 8% nas vendas no comparativo com o mesmo período de 2011. ''É um aquecimento considerável e atípico, que não ocorreu nos anos anteriores'', relata a gerente de vendas Fernanda Cogorni. ''As pessoas passaram a fazer mais reformas e com um foco diferente, mais voltado para acabamento'', observa. Ela considera que as vendas devam continuar em alta durante todo o ano. 

Ainda de acordo com a pesquisa do Data Popular, em relação ao tipo de residência em que vivem, 66,5% das famílias de alta renda habitam em casas, 33,4% moram em apartamentos e 0,1% reside em cômodos. Na classe C, quase a totalidade dos entrevistados (92,1%) vive em casas, enquanto 7,6% residem em apartamentos e 0,3% em cômodos. Resultado semelhante é observado na baixa renda, em que 97,4% dos membros moram em casas, 2,2% em apartamentos e 0,4% em cômodos. 



A elite brasileira é a que tem o maior percentual (73,7%) de famílias vivendo em moradias próprias já pagas. Esse número, no entanto, é o mesmo entre os brasileiros mais pobres. De acordo com a pesquisa, uma das explicações é o fato de existir um grande número de ''barracos'' no País, sendo que muitos deles estão em situação irregular. Na classe C, por sua vez, 70,8% das moradias estão quitadas. A pesquisa mostra, ainda, que o número de pessoas por domicílio aumenta nas classes mais baixas. 



Sobre o cômodo da casa em que passa a maior parte do tempo, independentemente do gênero, no geral, o quarto aparece como o predileto dos brasileiros (48,7%), seguido pela sala (34,9%), cozinha (8,6%), escritório (7,2%), quarto dos filhos (0,5%) e banheiro (0,1%). 



Com relação a investimento na decoração, a prioridade é a sala (48,6%), depois vêm o quarto (34,3%), a cozinha (9,7%), o quarto dos filhos (4,4%), o banheiro (1,6%) e o escritório (1,4%). 


 



Fonte: Folha de Londrina, 05 de abril de 2012





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