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Construção civil aquece a economia sergipana

As facilidades do crédito com os programas habitacionais e financiamentos imobiliários estão acelerando a construção civil em Sergipe, possibilitando a realização do ‘sonho da casa própria’ e aquecendo a economia com a geração de emprego. As taxas de financiamento de imóveis são, em geral, as mais baratas do mercado em relação a outras modalidades de crédito.



De acordo com o economista Rubens Borges, comprar o imóvel na planta e financiar em até 300 meses é a forma mais econômica, mas alerta que as parcelas não devem superar 30% da renda familiar. “Juntar uma boa reserva inicial é a melhor maneira de garantir taxas de juros e prazos menores em um financiamento imobiliário para dar de entrada e financiar sem comprometer o orçamento. Adquirir o imóvel em longo prazo é a forma mais rentável”, explica.



Foi o que fez o professor Jalmir Medrado, que mora em um apartamento alugado em Aracaju há 11 anos e acaba de conquistar seu primeiro imóvel. “Não é fácil pagar aluguel e as parcelas do financiamento ao mesmo tempo. Decidi comprar um apartamento há cinco anos e comecei a economizar. Depois de pesquisar muito, em dezembro de 2010, encontrei um apartamento em um feirão que estava dentro do meu orçamento e assinei o contrato de promessa de compra. Dei uma entrada de R$ 12 mil e dividi a outra parte da construtora em 20 parcelas de R$ 300. Em novembro de 2011 assinei o contrato de financiamento e já comecei a pagar. Continuo pagando as parcelas e aguardando receber o imóvel que está previsto para ser entregue em junho de 2012”,comemora.


Corretor Rodrigo Alerrandro  (Foto: Divulgação)
Corretor Rodrigo Alerrandro (Foto: Divulgação)


Assim como Jalmir, mais de oito mil unidades habitacionais foram comercializadas durante os sete ‘Feirões da Casa Própria’ realizados em Aracaju nos últimos quatro anos. “É o momento ideal para quem deseja comprar. No feirão, dezenas de imobiliárias apresentam seus imóveis e os possíveis compradores podem conhecer todos e avaliar cada um, observando a sua renda, antes de comprar. Tem imóvel de todos os preços”, garante o corretor Rodrigo Alerrandro.


Os imóveis variam de R$ 70 mil a R$ 300 mil, com parcelas a partir de R$ 400. Quem comprar um imóvel que custa até R$ 150 mil recebe um bônus de até R$ 17 mil do programa do Governo Federal ‘Minha Casa, Minha Vida’.



Segundo o representante dos empresários do setor imobiliário, Júlio César Silveira, os imóveis comercializados através do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ são os mais procurados. “Esse programa impulsiona a venda de imóveis ajudando o trabalhador que possui uma renda de até R$ 3000 a conquistar o sonho da casa própria. O programa alavancou as vendas dos feirões, que cresce a cada edição e beneficia 80 a cada 100 imóveis vendidos no Estado”, afirma.


Cerca de 250 imóveis são vendidos por dia durante os feirões que ocorrem de quinta-feira à domingo, duas vezes por ano.


O superintendente da Caixa Econômica Federal em Sergipe, Luciano Pimentel, diz que somente em 2010 a instituição comercializou o equivalente a uma cidade de 61 mil habitantes, levando em conta quatro pessoas por imóvel. "Foram R$ 841 milhões aplicados para compra de mais de 15.200 unidades habitacionais. O banco investiu R$ 630,5 milhões na venda de 7.135 imóveis, beneficiando 29.000 pessoas”, vibra.


Ainda segundo o superintendente, o perfil dos interessados em adquirir um imóvel próprio, varia entre pessoas de 25 a 40 anos de idade. E para conseguir realizar o sonho basta que a renda familiar seja acima de 3 salários mínimos.


Condomío em fase de construção (Foto: Divulgação)
Condomínio em fase de construção (Foto: Divulgação)


De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregos (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, os estados nordestinos concentram 114.152 (34%) das 331.509 vagas geradas na construção civil nos últimos doze meses. O economista Rubens Borgens observa que o crescimento sustentável da atividade econômica nos últimos seis anos trouxe o aumento do emprego formal. O Nordeste gerou mais vagas com carteira assinada, com destaque para a construção civil. “No país, o emprego com carteira cresceu 16,6% e no Nordeste atingiu a marca de 30,5% no período”, explica.



O diretor comercial Dicon Engenharia, Felipe Girão, que é sergipano, se formou em administração, em São Paulo, e retornou para investir na construção civil.


Felipe Girão (Foto: Divulgação)
Felipe Girão (Foto: Divulgação)


“Realizei o sonho de regressar a minha terra natal para empreender, gerar empregos, contribuir para o desenvolvimento de nosso Estado. A construção civil é um setor maravilhoso, pois é responsável por grande parte da produção de riqueza e distribuição de renda no país”, comemora.


A Dicon atua no mercado sergipano há quase 10 anos, começou trabalhando com obras públicas e projetos para outras empresas, com 30 funcionários e hoje conta com mais de 200 colaboradores, acaba de lançar seu novo condomínio residencial.


“A primeira etapa já está concluída e a segunda está prevista para ser finalizada em setembro. O Portal da Cidade Residencial Clube foi um grande sucesso, fruto de um projeto altamente planejado, de excelente localização, com inúmeros atrativos e de muita dedicação. A qualidade do produto e o fiel cumprimento de prazos da obra têm sido diferenciais importantes e que vem sendo destacados pelos nossos clientes”, garante.


Advogado Winston Neil (Foto: Fredson Navarro / G1)
Advogado Winston Neil (Foto: Fredson Navarro / G1)


Mas o comprador deve ficar atento aos prazos prometidos pelas construtoras.


"Se as obras previstas no contrato não foram cumpridas, os moradores têm direito a buscar uma indenização junto a construtora. Se a dor de cabeça for tão grande e o consumidor quiser desistir da compra, ele tem direito de receber o dinheiro de volta que já pagou, mas pode ter que pagar uma multa que é prevista no contrato", explica o advogado especializado em direito do consumidor, Winston Neil.


Comemorando o crescimento da procura por profissionais, o Governo de Sergipe investe na qualificação com o Plano Setorial de Qualificação Profissional da Construção Civil. Para secretário de Estado do Trabalho, Marcelo Freitas, o processo de qualificação social e profissional cria novas possibilidades de inserção no mundo do trabalho de jovens e trabalhadores em situação de desvantagem social e econômica. “Ações como essas, desenvolvidas pelo Governo do Estado, resultam na geração de emprego e renda para o povo sergipano”, comenta.




A jovem Ana Carolina Silva dos Santos, 23 anos, qualificou-se como pedreira azulejista, na primeira etapa do programa e comemora. “Estava desempregada e abracei a oportunidade de aprender as técnicas para atuar nesta área, estou muito feliz com meu novo emprego e retribuo com muita dedicação”, orgulha-se.


 

Documentação necessária para financiar um imóvel


Quem pretende financiar um imóvel pode providenciar a documentação básica antes mesmo de ir ao banco.
Embora outros papéis possam ser requeridos de acordo com cada caso e instituição financeira, há exigências comuns para todas as instituições.
- Carteira de Identidade ou outro documento oficial de identificação que informe o nome dos pais. Além do original, uma cópia;
- CPF, original e cópia, ou documento oficial original que tenha o número do CPF;
- Comprovante de estado civil, cópia e original;
- Comprovante de rendimentos, original e cópia;
- Certidão Conjunta Negativa de Débitos relativos a Tributos Federais e Dívida Ativa da União ou Certidão Conjunta Positiva com Efeito de Negativa de Débitos relativos a Tributos Federais e Dívida Ativa da União, disponíveis no site da Receita Federal;
- Quem deseja usar o dinheiro do próprio FGTS para dar de entrada no imóvel vai precisar de mais documentos, como carteira de trabalho e extrato do FGTS.


Etapas do financiamento


De acordo com a Caixa Econômica Federal, o caminho básico até o financiamento de um imóvel envolve os seguintes passos do candidato ao crédito:
- simular as taxas para cada tipo de financiamento no site das instituições financeiras. Os bancos de varejo, públicos e privados, têm simuladores que podem ajudar o comprador antes mesmo que ele vá à agência bancária;
- preencher os cadastros e fichas, com informações pessoais e de renda, exigidos pela instituição financeira escolhida;
- se o cadastro for aprovado pelo banco, o cliente recebe a carta de crédito solicitada;
- junto com a carta de crédito, o cliente recebe do banco uma relação de outros documentos e formulários que ele precisará entregar à instituição.

 

Fonte: G1, 05 de março de 2012

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