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Parte 'relevante' da alta de juros ainda não teve efeito na inflação, diz BC

Presidente do Banco Central participou de reunião no Planalto.
Tombini também avaliou que alta dos preços de alimentos é temporária.

 

Parte "relevante" do aumento de juros implementado pelo Banco Central, desde abril do ano passado, ainda não "tocou" a inflação, ou seja, ainda não surtiu o efeito desejado, segundo avaliou o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) nesta quarta-feira (16) no Palácio do Planalto.

 

Para conter a inflação, o BC vem subindo os juros há um ano. Até o momento, foram nove altas consecutivas. A taxa básica da economia brasileira, que estava em 7,25% ao ano, passou para 11% ao ano no fim do mês passado. Segundo Tombini, a política de aumento da taxa básica da economia "opera com defasagens" e tem "efeitos cumulativos".

 

Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), colegiado formado pela diretoria e presidente do BC, responsável por fixar os juros básicos da economia, a instituiçãosinalizou que pode interromper a escalada dos juros – percepção que pode ganhar um pouco mais de força com o depoimento de Tombini no CDES desta quarta-feira.

 

Por enquanto, porém, o mercado financeiro ainda acredita que haverá mais um aumento no juro básico da economia brasileira, para 11,25% ao ano no final de maio - patamar no qual a taxa fecharia 2014 e, também, o governo da presidente Dilma Rousseff. Nos atuais 11% ao ano, a taxa já é maior do que no início de seu mandato, em 2011.

 

Sistema de metas de inflação
Pelo sistema que vigora no Brasil, o BC tem que calibrar os juros para atingir as metas preestabelecidas, tendo por base o IPCA. Para 2014 e 2015, a inflação deve ficar em 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.

 

Nesta quarta-feira, o presidente do Banco Central lembrou que a previsão do mercado financeiro, feita na semana passada, é de que o IPCA deste ano some 6,47%, ou seja, valor próximo do teto de 6,5% vigente no sistema de metas de inflação brasileiro. Entretanto, ele acrescentou que as projeções da autoridade monetária ainda indicam que a inflação fechará este ano "dentro dos limites do sistema de metas".

 

Alta nos preços dos alimentos 'temporária'
Alexandre Tombini também afirmou, durante a reunião do CDES, no Palácio do Planalto, que o choque de alimentos, com alta dos preços destes produtos, é "temporário". "O BC vem trabalhando para que o choque se circunscreva ao setor. [A inflação de alimentos] vem dando mostra de recuo. Nos próximos meses, veremos a inflação mensal do país pelo IPCA recuando", afirmou o presidente da autoridade monetária.

 

Brasil 'preparado' para retirada de estímulos na economia global
Segundo o chefe do BC, o Brasil está "bem preparado" para enfrentar os desafios decorrentes da retirada dos estímulos nas economias mais desenvolvidas, como nos Estados Unidos. No ano passado, quando o Federal Reserve (Fed, o BC norte-americano) sinalizou que poderia retirar recursos do mercado, houve alta do dólar no Brasil e desvalorização de outras moedas ao redor do mundo.

 

"O Brasil esta bem preparado neste momento para enfrentar os desafios de mercados internacionais mais agitados em função da normalização das condições monetárias e financeiras", declarou Alexandre Tombini, acrescentando que o câmbio flutuante, vigente na economia brasileira, oferece mais proteção ao país.

 

Ainda de acordo com ele, o governo tem usado "um pouco dos colchões" que a economia brasileira possui, como reservas internacionais próximas de de US$ 380 bilhões. "Temos usado para oferecer hedge, proteção cambial, ao setor privado não financeiro. E pode operar com tranquilidade dentro de um cenário financeiro mais difícil. As condições do Brasil para enfrentar essa nova fase são robustas", concluiu.

 

 

Fonte: G1, 17 de abril de 2014

 

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