Aumentos graduais de preços perpetuariam inflação, diz ex-BC

A liberação gradual de aumentos de preços atualmente represados pelo governo aumenta o risco de a inflação alta se perpetuar, avalia o ex-diretor do BC e sócio da gestora Ibiúna, Mario Toros. 

"Fazer o ajuste paulatinamente é perpetuar expectativas de inflação altas", afirmou. 

O ajuste gradual foi sugerido pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, em entrevista publicada hoje na Folha de S.Paulo. 

Para Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC e sócio da Mauá Sekular, caso Dilma seja reeleita, o ajuste dos preços de maneira gradual é mais provável. 

Já se o futuro presidente for Aécio Neves (PSDB) ou Eduardo Campos (PSB), o mais provável é um ajuste mais rápido em 2015. 

Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC, concorda que os candidatos de oposição tendem a promover um ajuste mais rápido de tarifas represadas. Mas alerta que o novo governo, independente de quem seja o novo presidente, terá dificuldade de cortar gastos para ajudar no controle da inflação por conta da provável resistência do Congresso. 

Os três economistas participam de evento organizado pelo HSBC. 

Para BC, Aperto Ainda Está Por Vir 
Ao mesmo tempo em que elevou suas projeções para a inflação neste e no próximo ano, o Banco Central retirou a palavra "especialmente" que vinha sendo usada até então, e entende que uma fatia importante dos efeitos do atual ciclo de aperto monetário na inflação "ainda está por se materializar". 

Segundo a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada hoje, o BC argumentou que as decisões futuras serão definidas "com vistas a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas". 

A instituição ressaltou que a inflação ainda mostra resistência e "ligeiramente" acima do esperado e que, neste quadro, insere-se a expectativa de inflação dos agentes econômicos.

Fonte: Bem Paraná, 11 de abril de 2014