Caso a reforma trabalhista reconheça a autonomia do negociado entre patrões e trabalhadores, o papel dos sindicatos dos trabalhadores pode se modificar, aumentando a pressão para uma reforma sindical. Desde a Constituição de 1988, os sindicatos ganharam o monopólio das negociações coletivas, que para valerem devem ter a participação obrigatória das entidades.
Permitir a negociação de contratos individuais ou coletivos entre empregadores e trabalhadores mais qualificados, acabar com a exclusividade da atuação dividida em regiões e também com a contribuição obrigatória são algumas das determinações que podem ser revistas com o avanço da reforma.
O professor da USP Hélio Zylberstajn concorda que a política sindical também precisa acompanhar a modernização da CLT. “No nosso sistema, o sindicato não é representativo e atua fora da empresa. Todos os conflitos são jogados para fora, para a Justiça”, avalia. Para ele, um sindicato atuando dentro das empresas, nos moldes como acontece nos Estados Unidos, poderia enfraquecer a judicialização das divergências entre patrões e empregados. (TBV)
Fonte: Gazeta do Povo, 8 de outubro de 2016.
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