Greca confirma liderança e Leprevost surpreende para chegar ao 2º turno

Candidato à reeleição, Gustavo Fruet ficou quase 34 mil votos atrás de Ney Leprevost

O engenheiro Rafael Greca (PMN) e o deputado estadual Ney Leprevost (PSD) garantiram, ontem, vaga no segundo turno da disputa pela prefeitura de Curitiba. Com 356.359 votos, ou 38,38% dos votos válidos, Greca confirmou o favoritismo demonstrado desde o início da disputa. Já Leprevost surpreendeu na reta final e somou 23,66% dos votos válidos, ou 219.727 votos, superando o atual prefeito Gustavo Fruet (PDT), que com 186.067 votos, ou 20,03%, ficou fora da segunda fase da eleição. Fruet repete assim o destino do ex-prefeito Luciano Ducci (PSB), que na eleição de 2012 também ficou fora do segundo turno, vencido pelo pedetista, em disputa com o deputado estadual Ratinho Júnior (PSD).

Greca renasceu politicamente depois da derrota na eleição passada, quando concorreu pelo PMDB do senador Roberto Requião, e ficou na quarta colocação, com 10% dos votos. Concorrendo por um partido “nanico”, o PMN (Partido da Mobilização Nacional), liderou as pesquisas desde o início, chegando a 45% das intenções de voto no Ibope divulgado em 19 de setembro, que apontou a possibilidade de uma vitória dele ainda no primeiro turno. 

Com um discurso de “volta ao futuro”, no qual apostou no saudosismo do eleitorado com o tempo em que Curitiba era apontada como modelo de urbanismo no País, o ex-prefeito da Capital entre 1993 e 96 perdeu parte dos votos na reta final, após declaração explorada por adversários na sabatina da PUC/Bem Paraná, em que relatou ter vomitado ao tentar socorrer um morador de rua por causa do cheiro. Apesar da queda, conseguiu manter a liderança e terminar o primeiro turno com a maior votação. “Eu agradeço muito 40% do eleitorado curitibano que me distinguiu com o seu voto. E agora vou tentar ouvir a população na segunda fase da campanha para melhorar ainda mais o meu plano de erguer a Prefeitura de Curitiba e a cidade de Curitiba”, disse ele, ontem, após o final da apuração. 

Já Leprevost cresceu na reta final, aproveitando a queda do candidato do PMN e a rejeição à atual administração. Na véspera da eleição, chegou em empate técnico com Fruet na pesquisa Ibope, com 17% das intenções de voto contra 22% do pedetista. Apoiado por uma coligação liderada pelo PSD do secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano, Ratinho Júnior, atraiu para si os votos perdidos por Greca e o do eleitorado descontente com a gestão Fruet. “Vamos continuar fazendo uma campanha limpa. Vamos no mesmo caminho de apresentar propostas. Foi a limpeza da nossa campanha que nos colocou no segundo turno”, disse o deputado, ontem, após a divulgação do resultado. 

Cansaço - Fruet, por sua vez, atribuiu a derrota ao clima de rejeição aos políticos detentores de mandato motivado pela crise e pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). “Eu gostaria de ser prefeito com orçamento, sem crise no governo do Estado e sem impeachment. As pessoas estão cansadas, e quem está no governo acaba sentindo o impacto disso”, alegou, o prefeito, que desconversou sobre quem pretende apoiar no segundo turno, alegando que sua prioridade é garantir “uma transição tranquila”.