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Assentados querem áreas para ter renda e pagar dívida com governo

Famílias de um assentamento rural, emNova Olímpia, a 207 quilômetros deCuiabá, reclamam não ter renda suficiente para para pagar a terra financiada há quase seis anos pelo governo federal. A área em que podem produzir é muito pequena: em torno de um hectare.

 

A área de 900 hectares foi dividida entre 108 famílias, o que deu pouco mais de 8 hectares (8,33 ha) para cada uma delas. Mas como a maior parte das terras era de reserva legal, restou apenas um hectare de área útil, possível de ser explorada por família. Pelas terras os agricultores vão pagar R$ 40 mil em 15 anos - cada parcela de pouco mais de R$ 2,6 mil.

 

O produtor e presidente da Associação dos Assentados, Tonival Lima dos Santos, explica que as famílias não estão negando a dívida. “Nós queremos a terra. Nós não achamos justo, porque compramos 9 hectares. Agora nós ficamos em cima de 1 hectare e o resto fica ai jogado. Ninguém sabe  nem onde é", lamenta.



O grupo de produtores já acumula uma dívida de quase R$ oito mil reais. Três parcelas estão atrasadas e em setembro vence a quarta. “A gente vem prolongando. No ano passado foi feita a última prorrogação da dívida, agora neste ano nós temos que pagar de qualquer maneira. E como é que nós vamos pagar se não tem espaço para trabalhar?”, indaga o produtor Valderi José Nottarcandatten.

 

Para os assentados, a saída é mesmo ampliar a área de produção. Eles querem limpar 350 hectares de pastos antigos que estão tomados pelo mato. Para isso, precisam de autorização da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema). Mesmo sem a licença, eles decidiram cortar as seringueiras improdutivas que ocupam outros 57 hectares.  Com a venda da lenha os produtores planejavam quitar parte da dívida das terras. E ganhariam mais área para trabalhar. A derrubada foi embargada por fiscais da Sema.

 

Outro lado - O superintendente de fiscalização da Sema,  Agnaldo Pereira de Souza, explicou que não há possibilidade de autorização do cultivo em uma área maior de terra, porque se trata de uma reserva protegida por lei. e que deve ser preservada.

 

 

Fonte: G1, 10 de fevereiro de 2014

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