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Juiz nega pedido para fim da greve nos bancos

A 11ª Vara do Trabalho de Curitiba rejeitou ontem um pedido de liminar feito pela Associação Comercial do Paraná (ACP) para que a Justiça encerrasse a greve dos bancários da Capital e da Região Metropolitana. O pedido foi feito pela ACP na última segunda-feira, contra o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região. A greve chega hoje ao 21° dia. 

 



A ACP acusava os grevistas de prejudicarem o comércio, indústrias e usuários comuns com a paralisação. Na ação, o órgão classificou a forma como a greve tem sido mantida como abusiva. Segundo o consultor econômico da ACP, Cláudio Shimoyama, a greve tem trazido grandes transtornos para a sociedade. "As pessoas estão sem recursos. A greve pode ser um dos motivos para o aumento da inadimplência registrado em setembro", aponta. O pedido é de que, ao menos, seja garantido o mínimo de 30% de atendimento aos usuários das agências bancárias. 

 



Porém, no entendimento do juiz Valdecir Edson Fossatti, esse atendimento mínimo é oferecido mesmo com a paralisação, "pois os serviços bancários não se resumem unicamente ao atendimento nas agências". Com isso, para o juiz, "não há prova de desrespeito ao mínimo legal estabelecido em lei". 

 



Fossatti ainda apontou que a greve é um direito legítimo dos trabalhadores e que não há violação de direitos de terceiros. Além disso, caso a violação seja constatada, cabe, segundo o juiz, ao Ministério Público do Trabalho (MPT) a abertura de um inquérito. Ele ainda considera que o fim da greve apenas em Curitiba não resolveria o problema em toda a sociedade, pois se trata "de um conflito social amplo, de natureza coletiva". 

 

 



Bancários

 


Antes da decisão judicial, o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Otávio Dias, disse à FOLHA que entende a postura da ACP, mas afirma que a associação não tem legitimidade para intervir em uma relação que é de patrões com empregados. "Eles deveriam pressionar os banqueiros que são os grandes responsáveis por essa situação, pelas altas taxas de juros no sistema financeiro". 

 



Segundo o presidente do sindicato, há um movimento nacional de paralisação e a greve é importante para que os banqueiros retomem as negociações. A paralisação dos bancários em Curitiba e região afeta 364 agências, sendo 272 na capital e 92 nas cidades da região metropolitana. Uma assembleia da categoria foi realizada na segunda-feira e os funcionários dos bancos decidiram manter a greve por tempo indeterminado.

 

 

 

 

 

 

FONTE: Folha Web, 09 de outubro de 2013

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