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Taxa de mortalidade infantil no País cai 77%

A taxa de mortalidade entre crianças menores de cinco anos no Brasil caiu 77% entre 1990 e 2012, de acordo com relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). No período, a taxa passou de 62 mortes a cada mil nascidos vivos para 14 óbitos a cada mil nascidos vivos. 


O resultado faz com que o Brasil ocupe o 120º lugar no ranking. Luxemburgo, o país com a melhor taxa de 194 analisados, é o último do ranking – duas mortes a cada mil nascidos vivos. O primeiro colocado, Serra Leoa, por sua vez, registra 182 mortes por cada mil nascidos vivos. 


A redução da mortalidade registrada nos últimos 22 anos no País, considerada significativa, é atribuída pelo Unicef a uma série de fatores. Entre eles, a criação do Sistema Único de Saúde, a melhoria no atendimento das mães, melhores condições sanitárias, o incentivo ao aleitamento materno e a expansão da imunização. 


A coordenadora de Desenvolvimento Infantil da Unicef, Cristina Albuquerque, elogiou os números nacionais, mas alertou que o Brasil tem o que aprender com experiência de outros países. "Daí a necessidade de se estabelecer e estreitar linhas de cooperação técnica. Esse é o futuro", avaliou. 


Para o pediatra londrinense Milton Macedo de Jesus, da Sociedade Brasileira e Paranaense de Pediatria, o Brasil tem condições de reduzir o índice atual para menos de um dígito. Para isso é necessário financiamento na saúde, boa gestão e compromisso dos governantes em cumprir o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei do SUS. 


"Precisamos ter um pré-natal de qualidade, com a presença de um pediatra a partir do terceiro mês de gestação, assistência hospitalar à gestante e ao recém-nascido e vagas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para prematuros", cobrou. O médico ressaltou que países como Chile e Argentina investiram nesses pontos e por isso possuem índices bem inferiores ao Brasil. 




Referência


De acordo com dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a mortalidade infantil em Londrina é de 11,7 para cada mil crianças nascidas vivas. No Paraná o índice é de 10,8. 


A Maternidade Municipal Lucilla Ballalai de Londrina é referência para partos de baixo risco e já recebeu prêmios como o Galba de Araújo, em 2006, por incentivar o parto humanizado, e da Fundação Unicef, em 2000, como Hospital Amigo da Criança, pelo trabalho com o aleitamento materno. A coordenadora de Enfermagem, Ana Olímpia Dornellas, ressalta que a maternidade é um dos pontos de atenção de uma rede de atendimento à mulher, que engloba o planejamento familiar e o pré-natal. 


"O parto humanizado alivia o estresse e traz benefícios para a mãe e a criança. Ele proporciona ao bebê nascer no momento certo e isso faz muita diferença", explicou a enfermeira. 


No hospital, não há berçário, já que é realizado o alojamento conjunto: mãe, filho e acompanhante ficam no mesmo espaço desde o nascimento. Isso proporciona uma contato "pele a pele", que resultando em uma melhor produção láctea e uma "descida" mais fácil do leite. "A criança cria um vínculo com a mãe, que por sua vez se sente incentivada a manter o aleitamento materno", ressaltou Ana Olímpia. 


Todas as mães atendidas na Maternidade são orientadas a oferecer exclusivamente o leite materno até os seis meses de idade e o continuado, alternando com outros alimentos, até os dois anos. "O aleitamento materno reduz na criança problemas respiratórios e alérgicos. Ele é primordial para a redução da mortalidade infantil", frisou a coordenadora. 


Todos os recém-nascidos da unidade realizam os testes do pezinho, orelhinha, olhinho e coraçãozinho antes de receberam alta, além de saírem imunizados com a primeira dose da vacina de hepatite e contra a tuberculose (BCG), o que proporciona uma proteção ampliada. 


A Maternidade Lucilla Ballalai realizou no segundo quadrimestre deste ano uma média de 276 partos por mês. Deste total, entre 70% e 80% foram normais.




FONTE: Folha Web, 16 de setembro de 2013

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