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Nova Classe C não admite perder conquistas e quer mais direitos


Diante do aumento do custo de vida, brasileiros que ascenderam socialmente vão às ruas para garantir conquistas e pedir outros direitos

 

'Hoje, meu dinheiro mal dá para pagar água, luz e botar comida dentro de casa. A alimentação, principalmente, está cara demais', diz Clemilda Pereira dos Santos, 67 anos, aposentada
 (Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press)
"Hoje, meu dinheiro mal dá para pagar água, luz e botar comida dentro de casa. A alimentação, principalmente, está cara demais", diz Clemilda Pereira dos Santos, 67 anos, aposentada


Atolados em dívidas e diante de uma inflação altamente corrosiva, os 40 milhões de brasileiros que foram içados à nova classe média vão às ruas para garantir um espaço no meio da pirâmide social. Eles não só não querem perder as conquistas dos últimos anos como também bradam por novos direitos. Consequência do descontrole dos gastos públicos e da tentativa do governo em deixar os juros em patamares baixíssimos, o aumento do custo de vida obrigou essas famílias a reverem os seus planejamentos. Produtos mais caros foram trocados por opções em conta e viagens sofisticadas, por passeios curtos. “Não sei o que vem por aí. Então, é melhor não me empolgar com os gastos”, pondera o bancário Paulo Costa, 47 anos, que ontem participou de uma das manifestações na área central de Brasília para pressionar o governo por melhores condições de vida.

Na hora de ir às compras, Paulo já teve de aderir à contenção de gastos. “A gasolina está cara, os alimentos idem”, lamenta. Para ele, o momento de consumir sem preocupações passou. Depois da euforia de adquirir um carro novo, de construir a casa própria e de comprar eletrodomésticos, como geladeira e fogão, ele olha para o futuro e não tem dúvidas do que deve fazer. “O momento é de colocar o pé no freio”, conta ao lado da filha Paloma, 9 anos.

Haroldo Mota, professor de economia da Fundação Dom Cabral, analisa que as inseguranças, antes aparentemente limitadas ao mercado financeiro e à burocracia econômica, chegou à casa dos brasileiros. “Temos um quadro de incertezas disseminadas pelo país, e isso precisa mudar. As expectativas pioraram muito”, ressalta. “Esses movimentos (protestos populares) na rua são consequência das questões institucionais. As pessoas estão cansadas de corrupção e de ineficiência na gestão pública”, alerta.

Fonte: Correio Braziliense
 

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