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Quer torcer pelo Brasil, mas tem que trabalhar? Veja dicas

Companhias decidem se liberam ou não funcionários para ver jogos.


Brasil enfrenta México nesta quarta, às 16h, pela Copa das Confederações


A Copa das Confederações teve início no último sábado (15), com o Brasil vencendo o Japão por 3 a 0. Nesta quarta-feira (19), às 16h, a seleção brasileira entra em campo contra o México em pleno horário de expediente. Por isso, cabe aos empregadores decidirem se os funcionários poderão assistir a esta e demais partidas durante a competição, que termina apenas no dia 30 de junho.



“A produtividade do profissional pode ficar bastante comprometida caso ele acompanhe todos os jogos. É importante deixar claro que mesmo com os jogos existem tarefas a serem cumpridas”, ressalta Christian Barbosa, especialista em administração de tempo e produtividade.



Segundo os consultores de recursos humanos ouvidos pelo G1, as empresas podem decidir se autorizam os funcionários a ver os jogos no ambiente de trabalho ou até mesmo em casa. Outra opção é montar equipes que podem se revezar durante o jogo.



Para as companhias que permitem que seus funcionários assistam aos jogos no local de trabalho, especialistas alertam: o colaborador deve ter cuidado para não se animar demais e pensar que está na sala da sua casa. Gritos, palavrões e comemorações muito animadas devem ser evitadas. “É adequado que o profissional se lembre de que está em um ambiente profissional e se conter”, diz a consultora de recursos humanos da Gi Group, Camila Freitas.



Camiseta verde e amarela ou camisa do Brasil podem fazer parte do vestuário nos dias dos jogos da seleção. Os profissionais também podem decorar o local de trabalho, mas sem exageros. Segundo Cíntia Bortotto, consultora de recursos humanos, é importante evitar acessórios que falem mal de outros times e países, especialmente em multinacionais. “É preciso usar o bom senso e não deixar o ambiente muito poluído ou com coisas negativas”, diz Cintia.



Lanches, pipoca e refrigerante podem fazer parte da confraternização, desde que isso seja autorizado pela companhia - nesse caso, a organização deve ser coletiva, com a participação de todos os funcionários. A bebida alcoólica é vetada.


Para manter a produtividade durante a Copa das Confederações, a Seguros Unimed distribuiu camisetas com as cores da camisa da seleção e convocou todos os funcionários para torcer. "A ideia é mostrar que eles podem torcer aqui e isso faz com que eles se identifiquem mais com a companhia, com os valores e trabalhem melhor", diz Fernando Poyares, superintendente de relações institucionais.



ConcentraçãoJogos na empresa


O especialista de gestão de riscos Marco Fenoglio, de 41 anos, acompanha os jogos do Brasil na empresa desde a Copa do Mundo de 1994, quando o Brasil se tornou tetracampeão. “A gente sempre se reúne para ver os jogos juntos. Todo mundo vem uniformizado e trazemos pipoca e refrigerante”, conta.



Segundo Fenoglio, a iniciativa da empresa de deixar que os funcionários acompanhem os jogos na instituição ou de liberar para ver a competição em casa deixa o clima organizacional muito bom. “É um momento especial porque vemos que todos se mobilizam para realizar suas atividades para acompanhar os jogos.”



Nesta quarta, ele pretende ir para casa mais cedo para ver o confronto entre Brasil e México, mas vai trabalhar com camiseta verde e amarela. “Todo mundo vai vir uniformizado, assistindo ou não ao jogo aqui”, completa.


Segundo Barbosa, é difícil não falar sobre futebol e dos jogos do Brasil durante o expediente, mas os gestores podem alertar os profissionais que passarem do limite e tiverem problemas no seu desempenho. Ele ainda ressalta que nem todos podem ter interesse no jogo. “Alguns podem ter tarefas importantes e é preciso ter cuidado para não atrapalhar.”



Após o jogo, o grande desafio é voltar ao trabalho e retomar a concentração. Cíntia indica uma agenda com compromissos já previstos. “É importante que o gestor tenha as tarefas bem definidas e saiba cobrar os resultados”, ressalta. Barbosa indica a retomada do trabalho com pequenas tarefas, como responder e-mails ou retornar ligações.



“O mercado não é a mamãe e não dá para passar a mão na cabeça. Responsabilidade é responsabilidade”, reitera Barbosa.


Acompanhando de longe


Conhecida por todos na empresa, a copeira Valdira da Silva, de 55 anos, a Val, não consegue acompanhar todos os jogos da seleção de perto. “Vou ouvindo e vejo nas salas. O pessoal coloca televisão e dá para acompanhar um pouco.”



Palmeirense, ela não costuma acompanhar futebol e prefere só saber dos resultados, mas ressalta que tem lençol, toalha e caneca do time do coração.



Há quase 19 anos na Seguros Unimed, Val diz que todos entram no clima quando o Brasil vai jogar e que isso não atrapalha sua rotina. “As salas são decoradas e dá para ver a alegria. Mas, o trabalho sempre continua.”



Sem jogos
Os funcionários apaixonados por futebol que não são autorizados a ver os jogos devem encontrar alternativas para acompanhar o Brasil na Copa das Confederações. Férias e uso do banco de horas são as melhores opções. “Isso evita prejuízos para a empresa e para o profissional”, comenta Barbosa.



Em último caso, os profissionais podem até pedir para ver o jogo, mas já preparados para uma resposta negativa. “Eu recomendo esse pedido, para ter uma televisão em um local apropriado”, afirma Camila Freitas, do Gi Group.



Usar fones de ouvido para ouvir o jogo, ver a partida em sites na internet ou dar aquelas "olhadinhas" para uma televisão próxima não devem fazer parte da rotina de profissionais que não podem ver a competição no ambiente de trabalho. “Tem gente que consegue trabalhar e ouvir música ao mesmo tempo, porém, futebol envolve atenção, emoção e paixão, o que não vai ser uma multitarefa fácil”, ressalta Barbosa.



Para evitar a distração durante os jogos, Cíntia lembra que a empresa pode restringir o acesso a sites de TV online. Segundo ela, é importante reforçar o código de conduta da empresa para evitar deslizes.



Barbosa também indica a elaboração de um planejamento para o período, destacando todas as atividades e prazos que devem ser cumpridos para que todos mantenham o foco. Profissionais que faltarem sem justificativa terão os dias descontados normalmente. Se o número de faltas for muito alto, os dias podem ser descontados das férias.


Fonte: G1, 19 de junho de 2013

 

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