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Protestos em Curitiba e no País evidenciam poder das redes sociais

Uma pesquisa feita pelo Datafolha em São Paulo revelou que no protesto da última segunda-feira na capital paulista, 81% dos que compareceram se informaram pelo Facebook. Apesar dos dados não terem sido feitos aqui, a realidade é praticamente a mesma. O 3º Ato da Frente de Luta pelo Transporte de Curitiba, que reuniu cerca de 10 mil pessoas naquela noite, foi totalmente organizado pela rede social e superou todas as expectativas.


Horas antes do movimento acontecer, uma reunião entre representantes da Prefeitura de Curitiba, Polícia Militar, Guarda Municipal e os próprios manifestantes, estimava que cerca de 2 mil a 2,5 pessoas participariam do protesto. No entanto, esse número foi quatro vezes maior que o previsto.


“Nós já esperávamos um número maior de pessoas porque vimos que o movimento estava tomando proporções maiores, a exemplo de outras cidades, mas não esperávamos tanto”, disse o assessor de comunicação do movimento, Gabriel Araújo.


A participação do público tem sido crescente desde o início dos protestos, na última semana. Na última quinta e sexta-feira 150 e 1.200 pessoas se reuniram segundo o movimento, respectivamente, nas primeiras passeatas na Capital. Em ambos os casos, os manifestantes marcharam da Boca Maldita até a Prefeitura de Curitiba, no Centro Cívico. 


Já na segunda, o número subiu para 10 mil e a expectativa é ainda maior para o protesto marcado para sexta-feira, batizado de Farofada do Transporte. No Facebook, mais de 51 mil pessoas confirmaram presença. Somente durante a tarde de ontem, o número de confirmações aumentou em quase três mil pessoas.  


“Com certeza o facebook foi um grande facilitador para nós. Já existia uma insatisfação de vários movimentos na cidade, e a rede social nos permitiu agregar todos em um único manifesto. Especialmente quando se fala dos jovens, a rede social é muito importante”, disse Araújo.


Para a consultora digital e especialista em mídia social, Fernanda Musardo, a rede social agora pode ser vista com outros olhos para quem ainda não acreditava em seu potencial. 


Outro fato que chamou a atenção foram as intervenções do poder público nas redes sociais. Na manhã de segunda-feira, o convite para a reunião entre poder público e manifestantes foi feito pela Prefeitura através do Facebook. E ainda após o ato de vandalismo no Palácio Iguaçu, o governador Beto Richa (PSDB) postou imediatamente uma mensagem no twitter.


Sobre o convite do Facebook, a especialista faz algumas ressalvas. “Houve por parte da Prefeitura de Curitiba uma tentativa de utilizar a mídia social para chamar a atenção do povo com uma convocação. Talvez o ponto falho foi justamente esse, querer falar com um grupo de pessoas que seriam as ‘organizadoras’. Isso só mostra que não entenderam a forma como a rede social se movimenta, se mobiliza. Acredito que teria funcionado muito mais se tivesse aproveitado o mesmo ambiente que convocou para debater, e principalmente para ouvir as pessoas”, diz Fernanda Musardo.


Já sobre o twitter do governador, Fernanda acredita que surtiu um bom efeito. “Isso é bom, mostra que aos poucos os políticos compreendendo que as coisas mudaram e que se quiserem falar com o povo, se quiserem se relacionar com seu eleitor, precisam participar ativamente dos ambientes digitais”. 


Pelo Twitter, o governador Beto Richa, disse que a ação foi de “vândalos infiltrados numa manifestação pacífica”. “Lamentável, a polícia teve que intervir infelizmente. Respeitamos a manifestação, mas temos que zelar pela ordem pública”.


 

Fonte: G1, 19 de junho de 2013

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