Sindicato e empresa farão reunião para decidir o futuro de 540 trabalhadores que poderão ser dispensados no RS

Após o anúncio, nesta segunda-feira, do encerramento da produção de frangos em Caxias do Sul, a direção da Seara fará uma reunião, nesta terça-feira, com o sindicato que representa os trabalhadores para negociar a continuidade de benefícios concedidos aos funcionários, como plano de saúde e cesta-básica, por algum tempo. O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação de Caxias do Sul, Milton Francisco dos Santos, lembrou que no mês abril a empresa já havia fechado o segundo turno do frigorífico e 300 funcionários foram desligados – alguns deles conseguiram colocação na unidade de abate de perus no bairro Desvio Rizzo.

Segundo Santos, desde agosto de 2012 , quando a empresa contava com 1.420 funcionários, não há reposição do quadro de funcionários quando há desligamentos. Apesar do grande número de demitidos, o dirigente acredita que a maioria conseguirá recolocação em outras empresas do ramo de alimentação, já que o mercado de trabalho de Caxias se mostra aquecido. Santos informou que várias dessas empresas já entraram em contato com o sindicato interessadas na mão de obra dos desempregados.

O encerramento da produção em Caxias do Sul faz parte do plano de melhoria da eficiência da plataforma produtiva da Seara no Brasil. “Nossos estudos e ações constataram a necessidade de descontinuar o sistema de frangos de Caxias, que passou a ter a sua viabilidade econômica comprometida pelo alto custo dos grãos, dos insumos, da logística e da mão-de-obra”, explicou o Diretor Financeiro da Seara Alimentos, Ivo Dreher. A produção de carne de peru, no entanto, seguirá operando normalmente. 

A nota oficial divulgada pela Seara nesta manhã informa que, para reduzir o impacto junto aos produtores integrados de frangos, a empresa está promovendo a migração deles para a operação de perus e para outras empresas do setor que atuam na região. “Estimamos que 80% dos cerca de 120 produtores integrados de frangos serão realocados em curto espaço de tempo”, afirmou o diretor de Agropecuária da Seara, Vilnei Milanesi. “Além disso, é importante reiterar que todos os produtores integrados da Seara têm seus direitos assegurados em contratos com cláusulas de rescisão que vem sendo cumpridas integralmente.”

A planta de Roca Sales, que utiliza matérias-primas oriundas de Caxias do Sul, passará a ser abastecida por outras unidades. A empresa também analisa propostas para vender esta unidade.

Fundada em 1956 e adquirida pelo Grupo Marfrig em 2010, a Seara é uma das maiores produtoras e exportadoras de alimentos à base de carne de aves e suínos do mundo. Com 31 unidades industriais e 22 centros de distribuição, a Seara atua hoje com 41 mil funcionários e mais de 5 mil produtores rurais em todo o Brasil. No Rio Grande do Sul, a Seara opera os complexos agroindustriais de Frederico Westphallen, Caxias do Sul (perus) e Três Passos, as unidades de alimentos industrializados de Roca Sales, Bom Retiro do Sul e Santa Cruz do Sul e centros de distribuição em Porto Alegre, Caxias do Sul, Nova Santa Rita e Esteio.

FONTE: Correio do Povo, 28 de maio de 2013