Com regras mais rígidas para a contratação, famílias assumem tarefas do lar e condomínios investem em serviços compartilhados
A empresária Lenise Turra organiza sua casa – com sete banheiros e mais de 400 metros quadrados – sem a ajuda de empregada ou diarista. A empresária investe em produtos, acessórios e muita tecnologia para dar conta do serviço: tem duas máquinas de lavar, uma secadora e uma máquina de lavar louça.
Quanto vai custar
Os serviços do condomínio Life Space serão cobrados pelo sistema pay-per-use, “pago pelo uso”. Confira uma estimativa dos custos:
Lavanderia: cerca de R$ 7 por peça de roupa
Arrumação diária (higienização de banheiro e cozinha, cama arrumada, troca de lençóis e lixos): R$ 150 por mês
Manutenção (equipe do condomínio poderá ser acionada para pequenos reparos, como a troca de uma lâmpada ou a instalação de um chuveiro): R$ 20 por hora
Lavagem de carro a seco: R$ 30
Dicas
Como manter a casa em ordem
Crie uma rotina. Às vezes, é preciso colocar isso no papel
Sem empregada doméstica, é preciso simplificar tudo. Sujar menos louça e comprar menos roupas, por exemplo
Divida as tarefas. Sem isso, um membro da família fica sobrecarregado e em pouco tempo o sistema de organização para de funcionar
Tenha uma caixa de “pré-organização”. Ela será usada para que as coisas não guardadas imediatamente não fiquem espalhadas
Invista em produtos organizadores (caixas e cestas, por exemplo), para que as coisas tenham o seu devido lugar, de preferência identificado
“Uso panos úmidos descartáveis e uma vassoura giratória que acelera o trabalho. Também deixo os produtos de limpeza prontos, diluídos em água, em borrifadores, que aplico com pano seco, e uso um rodo que tem uma bucha na ponta. Todos os dias gasto três horas para fazer todo o serviço”, afirma Lenise.
Para espaços bem menores, uma solução é compartilhar serviços. Alguns condomínios de Curitiba, de apartamentos pequenos – com cerca de 30 metros quadrados – investem em novidades como a oferta de serviços de lavanderia, diaristas e até pequenos reparos. Os moradores que contratarem um ou mais serviços vão pagar as despesas junto com a taxa de condomínio ou diretamente à empresa prestadora do serviço.
Silvia Queiroz é professora e vai morar sozinha no empreendimento Life Space, entregue mês passado pela construtora Invespark. Hoje ela gasta R$ 240 por mês com a diarista, mas deve dispensá-la assim que se mudar. No novo apartamento, quando chegar do trabalho, encontrará tudo limpo e organizado, como em um hotel. “Pretendo usar tudo que eles oferecerem para facilitar a minha vida”, diz.
Segundo Leonardo de Oliveira, da Manager, a administradora do condomínio, a expectativa é de que cada condômino pague cerca de R$ 150 por mês pelo serviço. “Vale muito a pena, pela comodidade que os moradores terão.”
Essa é uma tendência, segundo o presidente do Sindicato dos Arquitetos de Curitiba, Orny Hütner Junior. “Executivos, casais jovens, pessoas que passam pouco tempo dentro do apartamento já dependiam desses serviços fora de casa. É apenas uma adaptação”, explica Junior.
Personal organizer cobra até R$ 450 para propor soluções
Para quem dispensou a empregada e viu a casa virar uma bagunça, talvez a solução seja contratar uma personal organizer. Essa profissional localiza os problemas, propõe soluções e cria uma rotina de organização que deve ser seguida por todos os moradores. Depois de 20 dias, ela volta para saber se a família está mantendo tudo no lugar.
“As pessoas não contratam uma organizadora profissional porque são desorganizadas. O que ocorre com os meus clientes, geralmente, é que eles estão passando por uma fase de mudança, muitas vezes positiva, como a chegada de um filho, uma promoção no trabalho ou uma reforma na casa, e precisam de ajuda para colocar as coisas no lugar”, afirma a personal organizer Irene Loureiro. A diária de uma profissional da organização pode custar entre R$ 350 e R$ 450.
Quem tem a organização da casa sob controle, mas vê a arrumação se desfazer ao longo do mês, deve checar se a rotina está sendo seguida por todos os moradores – e identificar quem é o responsável pela bagunça. É importante, também, colocar essa rotina no papel. E, para que ela funcione, as tarefas precisam ser divididas entre os membros da família.
Eletrodoméstico “inteligente” dá uma força
A indústria corre para criar lançamentos que prometem aumentar a praticidade da vida doméstica. Entre as apostas estão geladeiras que avisam quando os alimentos vão vencer e lavadoras que pesam a roupa e medem a quantidade de sabão e de amaciante. Também devem ganhar espaço as máquinas de lavar louças, lava-e-seca e fritadeiras que não usam óleo, não fazem fumaça nem sujam o fogão.
Outro lançamento é o fogão que permite baixar receitas pela internet e pode ter o forno programado para seguir as temperaturas e horários dessas receitas. O smart cook (fogão inteligente) foi desenvolvido no Brasil e já começou a ser vendido pela Whirlpool, dona das marcas Brastemp e Consul, com preço sugerido de R$ 4,6 mil.
A mesma marca lançou uma geladeira que permite compartilhar listas de compras com toda a família. Desde dezembro de 2010, a Electrolux também oferece produtos da linha i-kitchen, que vêm equipados com tecnologia para smartphone, tela sensível ao toque, memórias carregadas de receitas e entrada USB.
Fonte: Gazeta do Povo
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