Imprimir PDF

Estábulo era usado como moradia de trabalhadores em Botucatu, SP




Operários foram encontrados em situação de trabalho escravo em Botucatu, SP, nesta quarta-feira (25). De acordo com informações da Polícia Militar, um estábulo era usado como dormitório pelas famílias dos trabalhadores que dividiam o mesmo espaço com os animais.


Nas duas casas da chácara viviam 25 pessoas. Cinco famílias que dividiam cômodos apertados, sem água nem esgoto encanado. A laje do banheiro que ainda era usado caiu e tirava a privacidade das pessoas. Por causa da lotação, Antônio Santos Vila Nova improvisou. No estábulo, uma moradia para a ele, a mulher, os sete filhos e os netos. Ao todo, 13 pessoas, a maioria crianças, viviam ao lado de cavalos.


Antônio e outros trabalhadores deixaram a capital paulista em janeiro para trabalhar na construção civil. Ele ganhava R$ 2, 5 mil por mês para trabalhar como encarregado de obra em um conjunto de apartamentos no centro de cidade. Os trabalhadores receberam parte do pagamento, mas o empreiteiro atrasou o restante. Sem receber, eles passaram necessidade.


A casa de quatro cômodos da chácara foi dividida ao meio para duas famílias. O problema é que o local só tem um banheiro e, quando o pessoal que mora nos fundos precisa usar o sanitário, tem que fazer as necessidades na casa do vizinho.


O pedreiro Tiago Aparecido Dias Oliveira, de 24 anos, estava com a mulher e duas filhas. Mesmo com o salário atrasado ele foi dispensado do serviço por cobrar o que tinha direito. Os moradores disseram que o responsável pela contratação teria mandado as famílias deixarem a chácara, em 48 horas, sem receber nada. Indignados, os trabalhadores procuraram a Polícia Militar. Os policiais foram até a chácara e registram boletim de ocorrência por aliciamento de trabalhadores.


Na entrada da chácara, uma cobra foi encontrada por fiscais da Vigilância Sanitária. O animal foi recolhido pela Guarda Municipal e levada para o campus da Unesp na cidade. A Defesa Civil também esteve na chácara e interditou as moradias.


As famílias foram retiradas da chácara e levadas para um abrigo da prefeitura. Os trabalhadores aguardam o pagamento dos salários e dos direitos trabalhistas, já que todos são registrados.


A construtora possui aproximadamente 30 subcontratadas e afirmou que os funcionários foram contratados por uma delas e que não há nenhum vínculo direto dos funcionários com a construtora, sendo um fato isolado.


 

Moradores e animais viviam no mesmo ambiente (Foto: Reprodução/TV Tem)

Fonte: G1, 26 de abril de 2012

FETRACONSPAR - Federação dos Trabalhadores nas Industrias da Construção e do Mobiliário do Estado do Paraná
Rua Francisco Torres, 427 - Centro - Cep. 80060-130 | Curitiba - Paraná | Brasil

Fone: (41) 3264-4211 | Fax: (41) 3264-4292 | Email: fetraconspar@fetraconspar.org.br