Empresas do PR entram na “lista suja” do trabalho escravo

O governo federal adicionou 52 empresas ao cadastro de empregadores flagrados explorando mão de obra em regimes análogos à escravidão. O registro, divulgado na sexta-feira, é atualizado semestralmente e incluiu cinco companhias paranaenses. Com a atualização, a lista total de denunciados chega a 294 em todo o país, sendo 16 deles no estado.

Entre as companhias que entraram para a “lista suja” do trabalho escravo estão fazendas e madeireiras, como a Miguel Forte Industrial, que tem sede em União da Vitória, no Sudeste do Paraná. Segundo a ONG Repórter Brasil, que acompanha as denúncias, a companhia explorava 35 trabalhadores na colheita de erva-mate, realizada pela empresa no município de Bituruna, próximo a União da Vitória.

O diretor da Miguel Forte, Rui Gerson Brandt, também é presidente do Sindicato das Indústrias de Papel e Celulose do Paraná (Sindipacel). Procurada pela Gazeta do Povo, a empresa não pode se posicionar pois estava em recesso de fim de ano.

Outras companhias indicadas na lista são a Agro Pastoril Novo Horizonte, de Campina Grande do Sul, e a Estrela Agroflorestal, de Palmas – esta também produtora de papel. A reportagem não conseguiu entrar em contato com nenhuma das companhias.

Fazendas registradas sob os nomes de Luiz Geraldo Ferreira e Olegário Ulmann, ambas de São João do Triunfo, a 120 km de Curitiba, também foram flagradas pelo governo federal com práticas semelhantes às de escravidão. A propriedade de Luiz Geral­do Ferreira já havia sido denunciada em 2009, em Ponta Grossa. Na época, a empresa assumiu a prática e pagou indenizações aos trabalhadores, além de ter assinado um Termo de Ajusta­mento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho, segundo a ONG Repórter Brasil. Os proprietários não foram localizados pela reportagem.

Fonte: Gazeta do Povo, 1 de janeiro de 2012