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CPI do Tráfico de Pessoas ouve delegado da PF sobre trabalho escravo em Brasília

O tráfico de pessoas de Bangladesh, Paquistão e Afeganistão para trabalhar como escravos em Brasília será o tema da audiência pública de hoje da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara que investiga o tráfico de pessoas no Brasil. Os integrantes da CPI ouvirão o delegado Dennis Cali, chefe do Serviço de Repressão ao Trabalho Forçado da Polícia Federal e responsável pela chamada operação Liberdade, deflagrada na capital federal no último dia 15. A reunião será realizada a partir das 10 horas no Plenário 11.


A operação desarticulou uma quadrilha de tráfico internacional que trazia pessoas de Bangladesh, Afeganistão e Paquistão para trabalhar em situação análoga à escravidão no Distrito Federal. Durante a operação, a polícia encontrou 80 homens vivendo em seis residências em situação de higiene precária na cidade satélite de Samambaia, após realizar buscas nas residências dos investigados e nos alojamentos onde estão os estrangeiros.  Um dos investigados chegou a ser levado à delegacia, mas foi liberado em seguida.


A quadrilha era composta por bengaleses que aliciavam conterrâneos e homens dos países vizinhos com falsas promessas de salários que variavam entre 1 mil e 1,5 mil dólares. A polícia identificou quatro traficantes de pessoas e dois intermediários. Eles cobravam entre US$ 10 mil e US$ 12 mil para trazer de forma ilegal os imigrantes. As vítimas ingressavam no Brasil pela Guiana Inglesa, Peru e Bolívia.


Ao chegar, os traficados tinham seus passaportes retidos por coiotes (pessoas que faziam o transporte deles) e eram obrigados a fazer pagamentos mensais aos membros da quadrilha relativos a “dívidas” de aluguel e passagem.

Desempregados

Eles recebiam carteira de trabalho e CPF e para poder trabalhar legalmente, após pedirem refúgio no Brasil, o que regulamentava sua situação migratória. Apesar de a maioria estar desempregada, os que tinham empregos trabalhavam na construção civil, em frigoríficos e em lava-jatos.


De acordo com o deputado Fernando Francischini (PPS-PR), um dos autores do requerimento da audiência, a polícia informou que vai apurar a situação migratória dos estrangeiros, mas se for confirmado que eles são vítimas, poderão pedir a permanência no País. A polícia ofereceu abrigo para os estrangeiros, mas eles não aceitaram.


Fonte: Agência Câmara, 28 de maio de 2013


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