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Operários capixabas denunciam trabalho escravo em obra de construtora de Curitiba

 

 

 

Quatro trabalhadores alegam não receber nada
do prometido

  

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 Uma construtora de Curitiba está sendo acusada de manter quatro operários da construção civil em regime de trabalho escravo em uma obra próximo à Rodoferroviária, no centro da capital. As denúncias foram feitas na manhã desta quinta-feira (23) depois que os trabalhadores procuraram a Polícia Militar (PM). O Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil (Sintracon) faz a mediação da denúncia junto ao Ministério do Trabalho.(Ouça a matéria sobre o caso no ícone de áudio acima)


De acordo com os trabalhadores, que são naturais do Espírito Santo, eles foram chamados para trabalhar em uma obra na cidade de Curitiba com as seguintes condições: moradia, alimentação e um valor mensal de R$ 1.2 mil por mês. “Quando chegamos aqui vimos que a realidade não era nada disso. Não tínhamos alojamento e não tínhamos comida”, contou Valter Vieira Ferreira, 40 anos, à reportagem da Banda B.


Outro trabalhador, Eliel Pereira da Silva, 21 anos, disse à polícia que ficou dois dias sem comer depois que reclamou das condições de trabalho e ameaçou deixar a obra. "Isso foi maldade, passei fome mesmo", contou à Banda B.


Uma vizinha da obra disse à polícia no Boletim de Ocorrência que viu os operários passando fome e e resolveu cozinhar para eles. Os operários trabalharam na obra durante 30 dias.


“Isto é um absurdo. Isso não pode acontecer no nosso estado. Vamos estabelecer um contato com a empresa para que eles nos digam alguma coisa. O sindicato já acionou o jurídico para que medidas legais sejam tomadas. O Paraná é o 3º estado que tem mais casos desse tipo de absurdo. Temos que mudar isso. Mas, antes de qualquer coisa, vamos levar esses trabalhadores para comer. Também vamos arranjar um alojamento para eles”, disse o secretário de finanças do sindicato, David Pereira de Vasconcelos.


Os trabalhadores contaram que se sentiram enganados. “Disseram que estavam com a passagem comprada e tudo mais. Que íamos ter comida e lugar pra dormir. Que maldade que fizeram com a gente. Sabe o que querem agora? Que a gente vá embora e não receba um tostão”, disse Eliel.


Os outros dois trabalhadores, bastante abalados, preferiram não dar entrevista. Um deles é gago e estava bastante nervoso. Ele contou apenas que está com o pé quebrado e teve que trabalhar, mesmo machucado, durante dois dias.


O Ministério do Trabalho já está sabendo da situação dos trabalhadores e busca contato com a empreiteira contratada para a obra e também com a construtora responsável.


Como ainda não foi possível entrar em contato com a construtora denunciada, a Banda B optou em não revelar o nome da empresa.

 

 

Fonte: Banda B, 27 de maio de 2013



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