Reajustes de tarifas de ônibus e água vão pressionar inflação em Curitiba

O aumento da passagem de ônibus e a possível alta da conta de água pode fazer subir até 0,40% o IPC

Em tempo de aumento de tarifas e taxas, o ano começou bem mal para o brasileiro. Em Curitiba, não é diferente. Já não bastassem as altas de alíquotas de IPTU, IPVA, gasolina, entre outros, ontem, foi anunciado a alta da passagem de ônibus na Capital, que vai a R$ 3,15 para quem tem cartão transporte, e R$ 3,30 para quem usa dinheiro. Também a Sanepar pediu 12,5% de reajuste. 

A pedido da reportagem do Bem Paraná, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) fez uma projeção sobre o possível impacto dos dois reajustes sobre a inflação de Curitiba e também uma comparação sobre o histórico desses reajustes e a inflação desde 1994, quando foi lançado o plano real. O resultado é que somados, apenas estes dois podem influenciar em até 0,40% o IPC do próximo mês.

Para fazer o cálculo sobre o impacto do reajuste da tarifa de ônibus, o economista Fabiano Camargo Silva fez uma ponderação entre os valores a serem pagos com e sem o cartão do transporte coletivo. “O impacto na inflação de Curitiba será de aproximadamente 0,19 pontos percentuais. Segundo a Urbs, 60% dos usuários do transporte coletivo já pagam no cartão, o que reduz um pouco o impacto do reajuste”, explica.

Já no caso da tarifa de água, o impacto na inflação, caso o aumento de 12,5% seja aprovado, seria de 0,21 pontos percentuais. Um dos argumentos do Estado é que a tarifa estaria defasada por conta do congelamento durante o governo anterior.

Mas, é possível que o índice fique até maior, se for levado em conta o aumento do combustível neste mês também. Em Curitiba, o preço na bomba do litor de gasolina passa dos R$ 3,30.

As más notícias que confirmavam que 2015 seria um ano de aperto, porém, vieram ainda em dezembro do ano passado para os curitibanos, quando foi anunciado o aumento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). Segundo a Prefeitura de Curitiba, o reajuste é de até 11,56% para imóveis com construção e de 14,56% para terrenos. No mesmo mês, o Governo do Estado também mexeu na alíquota para cálculo do valor do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), que foi reajustada de 2,5% para 3,5%.

Além disso, a primeira notícia da manhã de ontem dava conta de que a tarifa de energia elétrica pode subir até 19,97% para os consumidores da região Sul por conta dos gastos de R$ 25,9 bilhões previstos para o setor elétrico. 
No mês de janeiro, uma das primeiras medidas anunciadas pelo Governo Federal e o novo ministro da Fazenda de Dilma Rousseff, Joaquim Levy, foi o aumento de tributos sobre combustíveis, sobre produtos importados e, também, sobre operações de crédito. Segundo o ministro, tais medidas fazem parte do esforço do governo para ajustar as contas públicas “com o menor sacrifício possível”.

Fonte: Bem Paraná, 04 de fevereiro de 2015