Mercado imobiliário de Miami está de olho nos curitibanos

Junto com São Paulo e Rio de Janeiro, capital paranaense tem atraído o mercado imobiliário dos Estados Unidos

O empreendedor de Curitiba, junto com outros grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, vem chamando a atenção do mercado imobiliário nos Estados Unidos, especialmente o de Miami, na Flórida. A cidade, espécie de meca brasileira em território norte-americano, vê nos investidores brasileiros uma boa oportunidade de negócios, e não é de agora.

A região tem atraído os brasileiros em função da segurança e lucratividade, que pode chegar a 35% em dois anos, dependendo do empreendimento escolhido, segundo Jean-Daniel Galiano, presidente da Apolar Real Estate, braço norte-americano do grupo Apolar, com sede em Curitiba, que atua desde 2011 neste mercado . “Embora não existam ainda dados regionais, sabe-se que os brasileiros são os maiores investidores da região”, afirma.

No ano passado, de acordo com dados da National Associaton of Realtors (NAR), o Brasil foi responsável por 12% da compra de imóveis em Miami, perdendo apenas para a Venezuela (15%) e Argentina (13%), entre os países latino-americanos.

Segundo Galiano, o mercado norte-americano começou a despertar o interesse dos curitibanos em função da valorização interna dos imóveis e da queda dos preços naquele mercado, causado pelo estouro da crise imobiliária de 2007. “Muitas pessoas que investiam em imóveis no Balneário Camboriu, por exemplo, perceberam que os preços de lá estavam no mesmo patamar que os daqui. Então quem tinha cerca de US$ 700 mil e US$ 800 mil preferiu começar a comprar o seu segundo imóvel lá”, conta.

 O sucesso do mercado foi tamanho que o empreendimento Marina Palms, lançado em fevereiro deste ano, teve a segunda torre com 232 unidades praticamente vendida. “Não apenas para o Brasil, mas o empreendimento é um sucesso”, explica Galeano. Ele comenta que o tíquete médio de quem investe neste tipo de negócio gira em torno de US$ 1 milhão. Já na região Sudeste, esse valor passa para a casa dos US$ 6 milhões.  O Marina Palms foi o 16º lançamento da Apolar Real Estate, sendo que oito estão na região de Miami. Os demais estão em Las Vegas, Cingapura,  Punta del Este e Orlando.

O sucesso deste mercado tem motivado a vinda de outros empreendimentos, com sede em Miami, para Curitiba. Um exemplo, é a corretora de imóveis curitibana, radicada em Miami, representante da Engels & Völkers, Denise Gomm Santos, que esteve no Brasil para lançar novos empreendimentos imobiliários para curitibanos e paulistas.

“Os brasileiros fazem negócios em Miami porque se sentem seguros na cidade e não há barreira de língua”, explica a corretora. Em Miami, a maioria de seus habitantes fala espanhol e, atualmente, nas lojas é possível encontrar pelo menos um vendedor brasileiro. Além disso, Denise avalia que os preços dos imóveis são mais atraentes para o investidor brasileiro se comparados a capitais, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro.

A Engels & Völkers está lançando novos empreendimentos para brasileiros em Sunny Isles, Edgewater e Brickell, todos em Miami. O metro quadrado de frente para o mar (padrão alto luxo) da Collins Avenue, em Sunny Isles, custa de US$ 1.000,00 a US$ 2.000,00. Na região de Brickell e Edgewater, o metro quadrado está na faixa de US$ 500,00 a US$ 800,00 (não são de frente para o mar, mas alguns se localizam em frente à baía Biscayne Bay).

Perfil do investidor
As regiões preferidas pelos investidores brasileiros são Miami Beach, Bal Harbor, Sunny Isles, Brickell e Edgewater

O perfil desses compradores vem mudando ao longo dos últimos anos. Segundo a corretora Denise Gomm Santos, em 1995 os brasileiros adquiriam casas em Miami para passar as férias. Com o passar do tempo, começaram a comprar propriedades por causa da valorização do mercado local 

 
Depois das fases da compra residencial (casa de férias) e residencial para locação, agora os investimentos são em imóveis comerciais. Eles são classificados como locação NNN em que o Property Tax (equivale ao nosso IPTU), o insurance (seguro) e a maintenance (manutenção do imóvel) ficam sob a responsabilidade de pagamento dos inquilinos

Fonte: Bem Paraná, 13 de agosto de 2014