Primeiro trimestre teve incremento de 3% em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo pesquisa da Anamaco. Setor acredita em recuperação do mercado ao longo do ano.

                     

Ricardo Chicarelli - Para sobreviver ao período de crise, empresa de Londrina apostou na diversificação do mix e na oferta de produtos ensacados
Para sobreviver ao período de crise, empresa de Londrina apostou na diversificação do mix e na oferta de produtos ensacados

             

O setor de material de construções fechou o primeiro trimestre com desempenho 3% superior ao registrado em 2017. Em março, o varejo cresceu 10% em comparação com fevereiro e 2% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Pesquisa Tracking mensal da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção).

Segundo o estudo, todas as regiões do País apresentaram variações positivas no mês, com destaque para o Nordeste (15%), Centro –Oeste (12%), Sudeste (10%), Sul (9%) e Norte (7%). "Fevereiro foi um mês bastante abaixo do que esperávamos, e março voltou ao patamar de crescimento que estávamos prevendo inicialmente. O aumento do número de empregos e a redução dos juros devem nos dar ainda mais fôlego e acreditamos que fecharemos 2018 com 8,5% de crescimento sobre o ano passado", afirmou Cláudio Conz, presidente da entidade. 

Em Londrina, de acordo com a Pesquisa Conjuntural da Fecomércio PR (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná), as vendas de material de construção cresceram 3,36% em fevereiro e, em relação ao mesmo mês do ano passado, teve um incremento de 8,6%. Os dados de março ainda não estão fechados, mas de acordo com a presidente da Acomac Regional (Associação dos Comerciantes de Material de Construção), Sandra Batista do Nascimento, o mês registrou elevação, mas não no mesmo patamar apresentado pelo levantamento da Anamaco. 

"Ficamos um pouco abaixo, mas, em geral, está melhorando. Estamos vendo uma luz no fim do túnel", afirmou. Ela acredita que se a Caixa Econômica reduzir as taxas de juros para o ConstruCard (cartão para financiamento de material de construção), as vendas devem aumentar. 

O lojista Julio Cesar dos Santos, da Dr. Temtudo, em Londrina, afirmou que o desempenho de março foi superior ao mesmo período do ano passado. "Voltou-se a fazer orçamentos e devemos manter a média de crescimento do País (10%)", afirmou. Para manter as vendas durante o período de crise, o empresário apostou na diversificação do mix de produtos, na oferta de produtos ensacados e em horários diferenciados de entrega. "Com o produto ensacado conseguimos atender os condomínios e a entrega personalizada atrai os lojistas dos shoppings", contou Santos. 

            

VENDAS BAIXAS 

Mas nem todos os segmentos registraram desempenho positivo. As lojas de acabamento começam a sentir agora os impactos da crise. "Para o setor está um pouco melhor e a tendência é de melhorar vagarosamente. Mas para o acabamento ainda temos um bom caminho pela frente", afirmou Rafael de Giovani Neto, dono da Casa Acabamentos. Segundo ele, de 2017 para cá o segmento registrou uma queda de 15% nas vendas. "Até 2017 estávamos vendendo bem pelas obras que estavam sendo finalizadas. Agora, as obras pararam antes do acabamento. Mas esperamos que o segundo semestre mostre uma recuperação", disse. 
De acordo com o levantamento da Anamaco, dentre as categorias pesquisadas, a de tintas foi a que teve o melhor desempenho no mês, com um crescimento de 15% sobre fevereiro. Já revestimentos cerâmicos cresceram 9%, seguidos de telhas de fibrocimento (7%).

                   

Fonte: Folha de Londrina, 18 de abril de 2018