Ação foi entendida no Trabalho como uma maneira de tentar enfraquecer o corpo técnico, que tem tocado o ministério diante do vácuo político criado pela saída de Ronaldo Nogueira.

A divulgação antecipada de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) é um novo capítulo na disputa de poder pelo Ministério do Trabalho. Sem ministro desde o fim de dezembro e diante do imbróglio jurídico que impede a posse de Cristiane Brasil, o novo fato revela diferenças entre o Palácio do Planalto e o corpo técnico do Ministério do Trabalho.

A divulgação antecipada pela imprensa dos números teria origem no Palácio do Planalto em uma ação que surpreendeu o ministério. Internamente, a ação foi entendida no Trabalho como uma maneira de tentar enfraquecer o corpo técnico, que tem tocado o Ministério diante do vácuo político criado pela saída de Ronaldo Nogueira nos últimos dias de 2017 e sem a chegada do sucessor indicado pelo PTB.

Com esse cenário, ganha simpatia no segundo escalão a ideia de que o ministro em exercício Helton Yomura - que era secretário-executivo da Pasta - poderia permanecer à frente do Ministério. A ideia desagrada ao Planalto, que precisa do Ministério para abarcar o PTB e, assim, garantir os votos da bancada para a reforma da Previdência.

                      

Fonte: Estadão, 23 de janeiro de 2018