por Angela Boldrini, Lucas Vettorazzo e Pedro Ladeira



Policiais militares do Distrito Federal utilizaram armas com munição letal durante manifestação contra o governo de Michel Temer (PMDB) e pela convocação de eleições diretas nesta quarta-feira (24). A reportagem flagrou o uso de armas letais por policiais que não faziam parte do batalhão da tropa de choque, na Esplanada dos Ministérios, no meio da multidão. A Secretaria de Segurança Pública confirmou que um homem foi baleado e passava por cirurgia no Hospital de Base de Brasília. Ainda não há posição oficial a respeito do uso de armamento letal durante o protesto. Um vídeo divulgado pelo jornal "O Globo" mostra ao menos dois policiais atiraram com armas de fogo na direção dos manifestantes, próximo ao Ministério da Agricultura. A reportagem estava próxima ao local e ouviu manifestantes gritando que policiais estavam atirando e que havia "bala perdida". O caso aconteceu por volta das 16h, quando a confusão que lembrou uma praça de guerra já se estendia por cerca de três horas. Segundo balanço parcial da Secretaria de Segurança Pública, houve 49 atendimentos de urgência durante a manifestação, entre feridos e pessoas que passaram mal por causa do uso de gás lacrimogêneo e spray de pimenta. Também há confirmação de policiais feridos, mas não foram divulgados números. Jornalistas também foram atingidos na confusão. Uma repórter da Folha de S.Paulo foi atingida por uma bomba de gás lacrimogêneo na perna e um fotógrafo foi atingido por bala de borracha na perna e estilhaço de bomba no rosto, que estava protegido pela máscara de gás. Nenhum se feriu com gravidade. Bombas foram disparadas inclusive próximo ao local onde bombeiros socorriam feridos, próximo ao Ministério da Defesa.




Fonte: Bem Paraná / Folhapress, 25 de maio de 2017.