Dedicar algum tempo a não fazer nada permite que o cérebro entre em um estado de repouso. Esse precioso tempo dá-nos espaço para desenvolver novas ideias e fazer conexões que de outra forma passariam despercebidas.

Um estudo de Erin Reid, professor da Questrom School of Business da Universidade de Boston, descobriu que gerentes não foram capazes de distinguir entre funcionários que realmente trabalhavam 80 horas por semana e aqueles que apenas fingiam. Enquanto os gerentes penalizavam os funcionários que eram transparentes sobre trabalhar menos, a Reid não conseguiu encontrar nenhuma evidência de que esses funcionários realmente conseguissem menos resultados, nem que os empregados que trabalhavam mais horas conseguissem mais.

Numerosos estudos realizados por Marianna Virtanen, do Instituto finlandês de Saúde Ocupacional descobriram que o excesso de trabalho e o stress resultante podem levar a vários tipos de problemas de saúde. Entre eles: problemas de sono, depressão, consumo excessivo, diabetes, memória prejudicada e doença cardíaca. A doença e mal-estar também resulta em mais dias de baixa, redução de criatividade, produtividade, volume de negócios e aumento dos custos do seguro de saúde.

Os pesquisadores descobriram que o excesso de trabalho (e o stress e a exaustão que o acompanham) podem interferir com a comunicação interpessoal, raciocino, ler os rostos de outras pessoas ou gerir as próprias reações emocionais.

A pesquisa sobre os efeitos de destruição do desempenho e da saúde devido à insônia, deveria ser conhecida por cada empregado e empresário.

Trabalhe demasiado e você também perde a visão global. A ciência demonstra que à medida que nos “queimamos”, temos uma maior tendência de nos perdermos nos pormenores.

No século XIX, quando os sindicatos primeiro obrigaram os proprietários das fábricas a limitar os dias úteis a 10 (e depois oito) horas, ficaram surpresos ao descobrir que a produção realmente aumentou – e que os erros e acidentes caros diminuíram.

Horas extras e longas horas podem resultar num desempenho profissional fraco em praticamente qualquer carreira. Um novo estudo descobriu que os radiologistas não são uma exceção à regra.

Com a eficiência, a automação e a inteligência artificial em ascensão e as oportunidades de emprego em declínio, continuarão a pressionar-se por semanas de trabalho mais curtas. No entanto, o mito da produtividade através de mais horas de trabalho subsiste, por enquanto.

                  

Fonte: Vermelho, 27 de dezembro de 2017