Aumenta a pressão contra a reforma da Previdência. A semana começou com forte movimentação nas bases trabalhadoras, que emitem sinais inequívocos que a mobilização ganha corpo e a greve geral deve ocorrer caso o governo insista na votação da PEC 287.

O calendário de lutas aprovado na sexta (8), durante reunião das Centrais Sindicais está em pleno desenvolvimento. Na segunda (11), plenária do setor de transportes na sede do Sindicato dos Condutores de São Paulo – com Sindicatos ligados a várias Centrais – aprovou paralisação dia 19 (terça), caso o governo Temer leve a proposta ao plenário da Câmara.


Na manhã de ontem (12), sindicalistas de diversas categorias realizaram manifestações em vários aeroportos do País. O objetivo foi pressionar deputados que embarcavam para Brasília.

Em São Paulo, a mobilização reuniu dirigentes da CTB no aeroporto de Congonhas. "Fizemos manifestações em diversos aeroportos pelo Brasil. A receptividade foi muito boa. As pessoas estão começando a entender as maldades que esse governo quer fazer", disse à Agência Sindical o presidente da Central, Adilson Araújo.

Rurais - O início da semana também teve protestos de agricultores em várias partes do Brasil, denunciando que a reforma da Previdência pode excluir 60% dos assalariados rurais ou agricultores familiares do direito à aposentadoria de um salário mínimo. Ato em Belo Horizonte reuniu cerca de 7 mil manifestantes.

Nesta quarta (13), às 11 horas, a CUT-SP realiza concentração em frente à sede do INSS no Viaduto Santa Ifigênia. Em seguida, haverá uma caminhada pelas ruas do Centro da capital paulista. Os metroviários, que já aprovaram indicativo de greve, fazem nova assembleia amanhã (14), às 18h30. Eles vão debater a organização do movimento.

Adilson Araújo ressaltou a importância do setor dos transportes estar mobilizado e preparado para a greve nacional. "É um grande reforço. Estivemos na plenária dos condutores, em São Paulo. Se o governo insistir em colocar a proposta em votação, pode ter certeza que a cidade vai parar, assim como em diversas outras capitais", afirma.

Brasília - A Agência conversou com o jornalista Marcos Verlaine, analista político e assessor parlamentar do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), sobre o clima no Congresso para a votação da matéria. Ele avalia que as chances do governo aprovar o texto enxuto da PEC 287 estão hoje em torno de 40%.

"Se o governo tivesse os votos suficientes já teria votado. Mas não tem. Além do mais, colocar matéria de peso como essa, às vésperas do recesso parlamentar, é um risco. Muitos deputados estão indecisos, pois terão de votar e logo em seguida se explicar aos eleitores", comenta.

            

Fonte: Agência Sindical, 13 de dezembro de 2017