Funcionários do governo uruguaio estão envolvidos na vigilância ilegal de Marcelo Abdala, presidente da central sindical uruguaia PIT-CNT. A entidade estuda uma ação política e jurídica em defesa da democracia, da República e das liberdades.

A central sindical uruguaia PIT-CNT constatou que seu presidente Marcelo Abdala está sendo vigiado ilegalmente por funcionários do governo do Uruguai. O funcionário Alejandro Artesiano, ex-chefe de segurança presidencial, é a pessoa que está vigiando Abdala.

O caso foi revelado pela imprensa uruguaia que divulgou áudio de Alejandro Artesiano confirmando que ele usava câmeras de vigilância do Ministério do Interior para seguir a rota de Abdala em uma via pública depois que ele se envolveu em um acidente de trânsito em fevereiro de 2022.

A secretaria executiva do PIT-CNT diz que isso “viola os direitos individuais e as liberdades civis e põe em questão a qualidade democrática do Uruguai”.

Em comunicado, qualificou o incidente como “extremamente grave”, uma vez que os recursos e equipamentos do Estado foram utilizados para “fins espúrios” e em total conflito com os interesses que deveriam nortear a atuação dos governantes.

A secretaria-executiva da central está estudando a possibilidade de atuação política e/ou jurídica a nível nacional e internacional em defesa da democracia, da República e das liberdades.

O secretário regional da IndustriALL para a América Latina e Caribe, Marino Vani, se manifestou e disse:

“Nos solidarizamos com nosso colega metalúrgico e dirigente sindical uruguaio, Abdala, assim como com as lideranças dos sindicatos e da central sindical uruguaia. Isso é um ataque às liberdades individuais e coletivas dos trabalhadores. Lamentamos que políticos e funcionários do governo uruguaio utilizem o aparato estatal para práticas ilegais e antidemocráticas. Espero que isso não se repita e que os responsáveis, em todos os níveis, sejam responsabilizados”.

Fonte: Rádio Peão, com IndustriALL
Data original da publicação: 15/02/2023

DMT: https://www.dmtemdebate.com.br/no-uruguai-presidente-de-sindicato-e-vigiado-de-forma-ilegal/