Com o aumento dos preços da carne bovina e de frango nos supermercados, o trabalhador brasileiro tem aproveitado para utilizar o benefício-refeição para consumir mais proteína fora de casa. Nos últimos seis meses o consumo geral de proteínas animais foi o que mais cresceu no horário do almoço nos restaurantes se comparados a outros itens que compões uma refeição.

Para 46% dos estabelecimentos, o consumo de proteína animal foi o que mais aumentou. Os números são de uma pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Benefícios ao Trabalhador (ABBT) em parceria com a Mosaiclab – empresa especialista em pesquisa de mercado.

Fonte: ABBT

Para Jessica Srour, diretora-executiva da ABBT, o resultado mostra que “o trabalhador está usando o benefício para se alimentar com mais qualidade e variedade”.

“Os sucessivos aumentos do gás de cozinha e dos alimentos levaram o trabalhador a usar o benefício-refeição para consumir no almoço aqueles produtos que estavam mais caros no supermercado, como a carne vermelha”, explica Jessica.

A inflação da alimentação no domicílio no Brasil até abril deste ano, alcançava a casa dos 10%, no acumulado de seis meses. Já inflação da alimentação fora do domicílio ficou em 2,6% no mesmo período, como mostra a pesquisa.

Em outro estudo feito para a ABBT pela Mosaiclab, chamado CREST, que mede a alimentação fora do lar com 72 mil consumidores brasileiros por ano, também aponta que o trabalhador que almoça em restaurantes do tipo autosserviço (quilo ou buffet), comercial e a la carte tem usado o benefício-refeição para fazer escolhas mais saudáveis.

O trabalhador tem privilegiado o consumo de proteínas animais, verduras, legumes e a tradicional mistura de arroz com feijão se comparados a consumidores gerais do foodservice que inclui fast-food e estabelecimentos mais informais como food truck.

O benefício-refeição foi criado por meio do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), instituído há 46 anos pela lei 6.321, e é concedido pelas empresas aos seus colaboradores. O programa consiste em uma política governamental que incentiva as empresas a cuidarem da saúde nutricional de seus trabalhadores. Por meio dele, as empresas podem pedir algumas vantagens, como a redução de impostos em um valor equivalente ao de um benefício alimentar, como vale-refeição, cesta básica ou vale-compras.