Por Cristiane Agostine, Valor — São Paulo

Os presidentes nacionais do União Brasil (formado pela fusão de PSL e DEM), do MDB e do PSDB se reunirão no fim da tarde de hoje, em Brasília, em busca de uma aliança para disputarem juntos a Presidência da República e de um acordo para a próxima legislatura no Congresso.

Os três partidos negociam a formação de uma federação, com o lançamento de um candidato único à Presidência. Essa proposta, no entanto, é vista com ceticismo por dirigentes das três legendas, por conta das divergências entre lideranças partidárias e por dificuldades para compor os palanques nos Estados. Com a federação, as três legendas teriam que disputar juntas as eleições de 2022 e 2024.

Mesmo se a federação não for aprovada pelos três partidos, as legendas tentam se manter unidas na disputa presidencial. O presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, busca um pacto com o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, e com o do PSDB, Bruno Araújo, para a eleição nacional.

A definição de um eventual candidato único dos três partidos para a Presidência deve ser postergada para maio, quando termina o prazo para que as legendas registrem uma eventual federação. O PSDB já lançou a pré-candidatura do governador paulista, João Doria, e o MDB anunciou a senadora Simone Tebet (MS) como pré-candidata.

A escolha de um nome único deve gerar impasses entre os dois partidos, uma vez que Doria não pretende retirar a pré-candidatura para apoiar Simone Tebet, apesar da pressão de tucanos contrários a ele para que desista da disputa. Tanto Doria como Simone aparecem com menos de 5% das intenções de voto nas pesquisas mais recentes.

Há ainda um outro nome que poderá entrar nessa discussão, o do pré-candidato do Podemos, Sergio Moro, terceiro lugar nas pesquisas, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL). O presidente nacional do União Brasil tenta atrair Moro e filiá-lo ao novo partido, criado a partir da fusão do PSL com o DEM. No entanto, a ala ligada ao DEM no União Brasil não quer a filiação de Moro nem o lançamento dele à Presidência.

Além de uma aliança eleitoral, os três partidos buscam também se fortalecer para a próxima legislatura no Congresso Nacional, para ter mais peso nas negociações com o futuro presidente da República e reduzir o espaço do atual Centrão, composto, entre outras legendas, por PPPL Republicanos.

O PSDB negocia ainda uma federação com o Cidadania. Os dois partidos adiaram para o próximo mês qualquer definição sobre um eventual acordo. Doria e o Cidadania têm discutido uma eventual composição para a disputa presidencial, com a indicação da senadora Eliziane Gama (MA) para a vice na chapa tucana.

Este conteúdo foi publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor Econômico.

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