O ex-presidente recebeu nesta quarta-feira (17), do presidente da França, Emmanuel Macron, tratamento de chefe de Estado no Palácio do Eliseu

por Iram Alfaia

Em alta nas pesquisas eleitorais, Luiz Inácio Lula da Silva pouco se movia, recentemente, no tabuleiro político. Contudo, partiu para o ataque ao observar a dificuldade de Bolsonaro, seu principal adversário, em ocupar espaços estratégicos. O resultado é que, enquanto o ex-presidente posou de estadista na sua viagem à Europa, o atual reafirmou sua condição de pária internacional.

Os movimentos podem ser explicados no isolamento de Bolsonaro no G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) e na sua ausência na cidade escocesa de Glasgow, onde foi realizada 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26). Para piorar o quadro, o presidente foi a Dubai contar mentiras a investidores sobre a Amazônia e a situação econômica do país.  

Por outro lado, Lula recebeu nesta quarta-feira (17), do presidente da França, Emmanuel Macron, tratamento de chefe de Estado no Palácio do Eliseu, sede do governo francês. No mesmo momento, Bolsonaro fazia transmissão ao vivo no Facebook de um passeio de moto em Doha, capital do Catar.

Lula discutiu com o líder francês a cooperação entre os países europeus e da América Latina na busca de soluções para os desafios globais atuais, como um comércio mais justo e solidário e a superação da fome, da miséria e dos impactos das mudanças climáticas.

Na Europa, Lula ainda se encontrou com a secretária-geral da Confederação Sindical Internacional (ITUC), Sharan Leslie Burrow, na Bélgica; o vencedor das eleições e futuro primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz; e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo.

Lula foi ovacionado no discurso que fez no Parlamento Europeu, em Bruxelas, capital da Bélgica. O francês Libération destacou a passagem do ex-presidente pelo Sciences-Po de Paris: “O ex-presidente brasileiro esteve no Instituto de Estudos Políticos de Paris na noite desta terça-feira. Diante de estudantes comprometidos com sua causa, ele voltou aos seus anos no poder e atacou Jair Bolsonaro.”  

Repercussão

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), ex-ministro do Esporte no governo Lula, avaliou a situação: “O giro internacional de Lula evidencia o fracasso retumbante da política externa de Bolsonaro. Fora do poder, o ex foi recebido pelo chanceler eleito da Alemanha e pelo presidente da França. Aplaudido de pé em discursos. Já Bolsonaro, nem o vento lhe bate às costas”, disse.

“Vou insistir e seguir mostrando o que é a agenda de um grande líder. Pra bom entendedor…”, escreveu no Twitter a vice-líder da Oposição na Câmara, Perpétua Almeida (PCdoB-AC), ao compartilhar o vídeo do presidente francês recebendo Lula.

A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), destacou a capacidade de Lula de olhar e apontar soluções para os desafios que tanto o Brasil quanto o mundo enfrentam. “Um verdadeiro chefe de Estado olha para o seu país, resolve os problemas do seu povo, mas se integra aos demais, porque o país depende de uma solução global”, analisou

“Nosso presidente segue nos orgulhando e mostrando lá fora o Brasil que realmente somos”, afirmou a deputada federal Natália Bonavides (PT-RN). “Para nós brasileiros, Lula é a maior esperança de retornarmos aos trilhos do desenvolvimento, da ciência, do humanismo e contra as desigualdades. Lula também é esperança para o mundo, pela paz, contra a fome e união entre os povos”, avaliou o deputado José Guimarães (PT-CE).

Com informações do PT Nacional

https://vermelho.org.br/2021/11/17/enquanto-bolsonaro-e-ignorado-no-exterior-lula-e-tratado-como-estadista/