Por Lucianne Carneiro, Valor — Rio

O mercado de trabalho brasileiro ampliou o contingente de trabalhadores no segundo trimestre de 2021, mas este movimento se deu com queda no rendimento médio da população.

Ao comentar os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua no período de abril a junho, a coordenadora de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Adriana Beringuy, destaca que há aumento quantitativo de pessoal ocupado, mas que ocorre principalmente pelo trabalho informal, com menor nível de rendimento.

“Temos mais trabalhadores, mas temos mais trabalhadores de rendimentos menores”, afirma ela, acrescentando. “A importância da retomada do trabalhador informal para o crescimento da população ocupada é decisiva, mas são atividades em que os rendimentos são muito menores. Isso contribui para que não haja reação no rendimento. Tem reação na ocupação, no quantitativo, mas não tem o correspondente no rendimento”.

A população ocupada no país chegou a 87,8 milhões de pessoas no segundo trimestre de 2021, uma expansão de 2,5% em relação ao primeiro trimestre (2,1 milhões de pessoas ocupadas a mais). Só que a renda média dos trabalhadores recuou 3%, considerando a mesma base de comparação, para R$ 2.515. Com isso, a massa de rendimentos teve retração de 0,6% no segundo trimestre, frente ao primeiro, para R$ 215,490 bilhões.

Este conteúdo foi publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor.

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