A reforma trabalhista (Lei 13467/17), que entra em vigor em novembro, foi vendida como um dispositivo que traria segurança jurídica. Mas omitiram que seria apenas para as empresas, que ficaram livres para retirar direitos sem que o trabalhador possa sequer recorrer à Justiça.

Campeões de demandas trabalhistas, os bancos já anunciaram que esperam reduzir o valor gasto com a Justiça do Trabalho. Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT), critica.

"Estive em audiência pública no Senado e alguém falou que o Brasil é campeão de ações trabalhistas contra empresários. Mas eu disse que, se somos campeões em ações trabalhistas, é porque somos campeões em maus empregadores, que não cumprem direitos dos trabalhadores. Eu nunca vi um banqueiro entrar com ação contra o trabalhador por descumprir contrato de trabalho. É sempre o banco que não cumpre", ressalta Osten.

Ele explica que um dos principais motivos de processos trabalhistas no setor é o descumprimento da jornada de trabalho. O sindicalista disse à Agência Sindical que "a nova lei não atinge a jornada de seis horas”. “Eu não acredito que eles tentem mexer nisso. Mas, o item 'negociado sobre o legislado', antes da reforma, era sempre para cima, nunca abaixo do especificado em lei", diz.

Fanabam - Em agosto, o Comando Nacional dos Bancários entregou para federação dos bancos (Fenaban) uma proposta de termo de compromisso, que lista 21 itens da reforma trabalhista. As negociações são para que haja um compromisso de que eles não sejam adotados parcial ou na sua totalidade na categoria.

"A Fenaban disse que ainda está analisando. Que é um termo complexo etc. Esperamos que a entidade patronal aceite. Mas, de qualquer forma, mostramos que existe possibilidade de negociar os termos para uma Convenção Coletiva digna", completa Roberto von der Osten.

                                      

Fonte: Agência Sindical 06 de setembro de 2017