Por Marli Olmos, Valor PRO 

Grande parte dos funcionários da indústria automobilística tem mantido seus empregos às custas de prorrogações de suspensão temporária do trabalho, redução de jornada e outras ferramentas usadas para adiar demissões. Mas as projeções do setor, que mostram um 2020 ruim e um 2021 pouco melhor reduzem as chances de que as empresas estejam dispostas a manter seus atuais quadros de mão de obra.


Na semana passada, a Mercedes-Benz prorrogou a suspensão temporária de contrato dos operários. Dias antes, General Motors e Renault abriram programas de demissões voluntárias. Já a direção da Volkswagen passou os últimos dias em negociação com os sindicatos das quatro fábricas em busca de soluções para o excedente de mão de obra que, segundo os sindicalistas, chega a 35% do efetivo.



A ociosidade das fábricas saltou de 42% em 2019 para 68% este ano e, segundo cálculos de fontes, não ficará abaixo de 64% em 2021. O excedente de pessoal aparece no resultado da conta de veículos produzidos por trabalhador. Em 2019, as montadoras tinham 106,7 mil funcionários e produziram 2,95 milhões de veículos. A relação veículos por trabalhador ficou em 27,6, a mesma de 2013.