Por Darlan Alvarenga, G1


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,09% em setembro – bem próximo da taxa de 0,08% registrada em agosto –, informou nesta terça-feira (24) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice repetiu a taxa registrada em setembro do ano passado (0,09%).

"No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,60% e, em 12 meses, de 3,22%, o mesmo resultado registrado nos 12 meses imediatamente anteriores", destacou o IBGE.

Energia elétrica acumula alta de 10,75% no ano

O grupo alimentação e bebidas registrou deflação de 0,34% em setembro e foi o que mais contribuiu para segurar o IPCA-15 em setembro, com impacto de -0,08 ponto percentual no índice geral. Os destaques de queda foram tomate (-24,83%), cenoura (-16,11%), hortaliças e verduras (-6,66%), frutas (-0,93%) e carnes (-0,38%).

O grupo artigos de residência também teve decréscimo no mês, de 0,40%. Dentro deste grupo, o IBGE destacou o comportamento do item eletrodomésticos, com baixa de 1,22% em setembro, invertendo o rumo tomado um mês antes, de alta de 2,21%.

No lado das altas, a maior alta foi nos preços de habitação 0,76%, com impacto de 0,12 ponto percentual no índice geral, pressionado principalmente pelo item energia elétrica (2,31%). Em setembro, está em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 1, em que há cobrança adicional de R$ 4 para cada 100 quilowatts-hora consumidos.

O custo da energia elétrica representou o maior impacto individual no índice de setembro (0,09 p.p.) e apresentou alta pelo 8º mês consecutivo. Com o aumento, a energia elétrica residencial acumula alta de 10,75% no ano e de 5,11% em 12 meses.

Já os preços do grupo transportes subiram 0,09%, vindo de uma queda de 0,78% em agosto. O resultado foi influenciado, principalmente, pela alta de 0,35% dos combustíveis. Os preços do etanol e do óleo diesel subiram, respectivamente, 2,15% e 0,58%, enquanto a gasolina teve recuo de 0,06%.

Veja a variação de todos os grupos:

  • Alimentação e bebidas: -0,34%
  • Habitação: 0,76%
  • Artigos de residência: -0,40%
  • Vestuário: 0,58%
  • Transportes: 0,09%
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,09%
  • Despesas pessoais: 0,10%
  • Educação: 0,04%
  • Comunicação: -0,06%

Meta de inflação e taxa de juros

A meta central de inflação deste ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância varia de 2,75% a 5,75%. A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que foi reduzida na semana passada para 5,5% ao ano - a menor da série histórica do BC, que começou em 1986.

Na ata da sua última reunião divulgada nesta terça-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) projetou inflação abaixo da meta para 2019 e 2020 e indicou novo corte nos juros básicos da economia.

Os analistas das instituições financeiras continuam projetando para o ano uma inflação abaixo do centro da meta central do governo, com uma taxa de 3,44% em 2019, segundo dados do boletim Focus do Banco Central. Para 2020, o mercado financeiro manteve a estimativa de inflação em 3,80%. No próximo ano, a meta central de inflação é de 4% e terá sido oficialmente cumprida se o IPCA oscilar entre 2,5% e 5,5%.

A previsão da maior parte do mercado, até o momento, é de que a taxa deve cair para 5% ao ano até o fechamento de 2019, mas há há bancos projetando uma queda maior, para 4,5% ao ano. 

Inflação por região

Das 11 regiões pesquisadas pelo IBGE, 5 apresentaram deflação de agosto para setembro. O menor resultado foi registrado na região metropolitana do Rio de Janeiro (-0,10%). Já o maior índice ficou com Goiânia (0,54%).

Veja o IPCA-15 de cada uma das regiões:

  • Goiânia: 0,54%
  • Fortaleza: 0,24%
  • Curitiba: 0,21%
  • São Paulo: 0,19%
  • Recife: 0,10%
  • Belém: 0,04%
  • Porto Alegre: -0,02%
  • Brasília: -0,02%
  • Belo Horizonte: -0,04%
  • Salvador: -0,04%
  • Rio de Janeiro: -0,10%

Entenda o IPCA-15

O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA (inflação oficial). A diferença está no período de coleta, que abrange do dia 16 do mês anterior ao 15 do mês de referência, além da abrangência geográfica.

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