Movimento de queda do preço dos produtos que compõem a cesta básica nacional em Londrina proporcionou uma significativa economia às famílias no primeiro semestre de 2017.

A queda no preço da cesta básica em Londrina libera o equivalente a R$ 50 milhões 

O movimento de queda do preço dos produtos que compõem a cesta básica nacional na cidade de Londrina proporcionou uma significativa economia às famílias, somente neste primeiro semestre de 2017. 

                                                                  

A cesta básica nacional 

É composta de 13 itens e serve de base para as leituras de inflação da cesta básica em todo o país, com foco especial nas classes de baixa renda. 

A coleta de dados em Londrina 

Uma parceria entre a UTFPR e a Faculdade Pitágoras assumiu o compromisso do levantamento mensal da inflação da cesta básica nacional na nossa cidade. 
São coletados os preços dos produtos que apresentam o menor valor e não são consideradas as marcas. 
A pesquisa é realizada em dez supermercados da cidade que cobrem os quatro pontos cardeais mais o centro. 

A importância deste acompanhamento 

Ter informações de quanto é a inflação sobre os alimentos permite ter uma sinalização do comprometimento da renda da classe trabalhadora e, a partir daí, traçar políticas públicas e mesmo estratégias de venda no mercado varejista. 
Quanto maior for a inflação sobre os alimentos, menor será a disponibilidade de dinheiro para a aquisição de outros bens e serviços, impactando de forma negativa toda a economia. 

Diferentes formas de inflação 

São essencialmente duas as formas de inflação que podem ocorrer: de custos e de demanda. 
A inflação de custos é aquela em que os insumos na produção, como salários ou matéria-prima, sofrem elevação e o produtor precisa repassar esse custo para o produto final, sob risco de não recuperar nem o que gastou. 
A inflação de demanda é aquela em que existem mais pessoas querendo comprar do que mercadorias disponíveis. Aí o preço sobe para equilibrar a oferta com a demanda. 

A redução no preço da cesta 
O preço médio dos produtos que compõem a cesta básica nacional aqui em nossa cidade tem, desde janeiro, apresentado quedas significativas. 
Tanto porque o desemprego tem causado retração nas vendas (queda na demanda), mas principalmente pela redução nos custos (aumento da oferta), fundamentalmente pela regularidade climática deste ano. 

Em quanto caiu 
Tendo como referência o mês de dezembro de 2016, o preço da cesta básica recuou em quatro dos seis primeiros meses do ano, apresentando uma redução nos preços de 10,3%. 
Em dezembro a cesta básica era comprada na média a R$ 348,31 e em junho a mesma cesta estava a R$ 312,29. 
O maior valor da cesta básica foi em julho de 2016, quando, na média, ficou em R$ 396,55. 

Esquecemos o quanto estava caro 

É interessante observar como muitos de nós perdemos a memória de preços e não nos damos conta de que alguns produtos realmente tiveram uma baixa muito expressiva. 
É o caso do tomate que em janeiro de 2016 era vendido na média a R$ 6,20 o quilo, a batata em abril de 2016 a R$ 7,12, e em junho de 2016 o feijão a R$ 11,63. Em junho deste ano foram negociados na média a R$ 3,64; R$ 5,50; R$ 4,54, respectivamente. 

O impacto desta redução para Londrina 

Se considerássemos que os habitantes de Londrina só adquirissem os produtos da cesta básica nacional, o valor economizado em função da redução dos preços seria de R$ 50,69 milhões, considerando unicamente estes seis primeiros meses do ano. 
Significa dizer que este valor ficou disponível para o consumidor utilizá-lo tanto na compra de outros itens de alimentação quanto para qualquer outra demanda. 

A agropecuária estimulando a economia 

O papel da agropecuária na retomada da economia vai muito além desta análise, mas, somente com esta redução no preço dos alimentos, já ajudou de forma substancial toda a cadeia produtiva de nossa cidade. 

Marcos J. G. Rambalducci- Dr. Economista, é Professor da UTFPR e Consultor Econômico da ACIL.

Marcos J. G. Rambalducci

                                        

Fonte: Folha de Londrina, 17 de julho de 2017