O Conselho de Administração do Banco do Brasil (BB) divulgou, nesta segunda-feira (29), um Plano de Adequação de Quadros (PAQ) que reúne um conjunto de ações para promover uma chamada reorganização institucional, incluindo um Plano Demissão Voluntária (PDV) com o objetivo de diminuir o efetivo de funcionários do banco.

Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilFoto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ainda no ano passado, o banco já havia reduzido em 2.195 o número de funcionários através de PDV, e o plano de desmonte do banco público segue sob a administração Bolsonaro/Guedes.

Em maio, Fernando Soares, secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) do Ministério da Economia, já havia declarado a intenção do governo de instituir sete programas de demissão voluntária ou aposentadoria incentivada de empresas estatais distintas, e que outros quatro estavam em discussão.

Para o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o plano do governo provocará uma maior sobrecarga nos funcionários da estatal e que a decisão foi tomada à revelia do movimento sindical. “Cobramos ainda a abertura de novos concursos a fim de reparar a redução das vagas causada por mais essa reestruturação”, diz João Fukunaga, diretor do Sindicato.

“O Banco do Brasil vem priorizando a proliferação de agências digitais, o que irá afetar sua função pública e social. A política de Estado para os bancos públicos deve priorizar a bancarização da população, principalmente a de mais baixa renda, ao invés de copiar o modelo adotado pelos bancos privados. Isso não quer dizer que o BB não possa ter agências digitais, mas o banco não pode abrir mão de agências físicas”, afirma João Fukunaga.

Débora Fonseca, Conselheira de Administração Representante dos Funcionários do BB destaca que “é importante ressaltar que a decisão de aderir ao plano de desligamento é voluntária, e os Sindicatos irão acompanhar de perto o processo para evitar que os funcionários sofram qualquer tipo de pressão para aderir ao PDV sem avaliar de fato os impactos em suas vidas”, já que se trata de uma ferramenta para enxugar os quadros da estatal.

“Sou contra a reestruturação e a forma como os funcionários foram informados das medidas, por meio de notícias veiculadas pela imprensa. […] Estamos cobrando do banco mais transparência e rapidez na comunicação, porque sem as informações completas, as pessoas se sentem inseguras e não sabem se serão impactadas ou não”, afirma Débora. 

Fonte: Hora do Povo