Sob impacto dos protestos que levaram milhares às ruas na sexta (30), contra as reformas neoliberais do governo Temer, e com opiniões divergentes inclusive no o partido do presidente, o plenário do Senado analisa hoje requerimento de urgência para votação da reforma trabalhista. Se for aprovado, o PLC 38/17 entra na pauta após duas sessões ordinárias.
Seguindo o rito normal, a tendência é que o texto base da reforma seja votado apenas na semana que vem. A antecipação deste prazo dependeria de manobras regimentais, como alerta o diretor de Documentação do Diap, Antônio Augusto de Queiroz (Toninho).
"A base governista pode votar a urgência em uma sessão extraordinária nesta terça, antes do início da ordinária. Aí, a contagem do prazo regimental incluiria a sessão ordinária de hoje e a da quarta (5). Assim, a matéria estaria pronta para ser votada em sessão extraordinária na própria quarta, ou na quinta", comenta Toninho em contato com a Agência Sindical.
Comissão de Justiça do Senado debate reforma trabalhista, dia 21 de junho
Esta hipótese, porém, parece improvável. É a aposta que faz a oposição. “Não vamos aceitar que o governo convoque duas ou três sessões num mesmo dia para cumprir prazo. Queremos que se cumpra o prazo regimental, com as sessões ordinárias a cada dia. Essa matéria só pode entrar em pauta na semana do dia 12”, afirma a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), declarou que pretende concluir a votação antes do recesso parlamentar, que começa no dia 18 de julho. “Meu compromisso com a Casa é de votar até 10 ou 12 de julho”, diz. Ele também antecipou que vai conceder a palavra a todos que se inscreverem para debater. Em regime de urgência, apenas cinco poderiam falar a favor e cinco contra, por 10 minutos cada.
Ocupa Senado II - Após o sucesso das manifestações da sexta, o sindicalismo se organiza para o embate no plenário, apostando na possibilidade de obter apoios. "Temos que reforçar ainda mais o corpo a corpo com os senadores. Essa será uma semana decisiva para os trabalhadores. Vamos fazer contatos com todos. Vamos lutar contra essa reforma até fim", disse à Agência Sindical o presidente da UGT Ricardo Patah.
Para o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região, Josinaldo José de Barros (Cabeça), a mobilização nas bases deve continuar. "Não podemos descuidar. Temos que seguir orientando e esclarecendo os trabalhadores. É um trabalho diário e constante", disse à Rádio Web Agência Sindical, durante os protestos da sexta contra as reformas.
Fonte: Agência Sindical, 04 de julho de 2017